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Dunga foi Dunga ontem. Ao extremo. O treinador bateu desde o momento no qual entrou na sala de imprensa do Ellis Park para cumprir o protocolo exigido pela Fifa na véspera de jogos da Copa . O alvo é velho: os jornalistas.

Críticas que usa diariamente a seu favor, como forma de inflar os jogadores. É a arte da guerra. Foi assim que ele se motivou para dar a volta por cima no Mundial dos Estados Unidos (94) depois de ter sido tachado como o símbolo do futebol burocrático que marcou a curta passagem do Brasil pela Itália, em 1990. O ex-volante decretou o fim da demonizada "Era Dun­­ga" xingando cronistas após erguer a taça Fifa. É o grande ensinamento que trouxe para 2010. Os jornalistas são o inimigo a combater. Com força e sem piedade.

"Sempre existiu esse confronto com a imprensa. Ca­­da um tem a sua opinião e fala o que bem en­­tende. Eu apanho de manhã e de noite. E daí quanto respondo uma vez, sou rancoroso. Isso vai até o final e com outro treinador será a mesma coisa", afirmou, abrindo a conversa como quem sobe ao ringue, pronto para no­­cautear o rival.

"O que de positivo existe no confronto com a im­­pren­­sa? No meu modo de entender, nada. Se me perguntar algo, posso não responder. Mas aí você leva vantagem, pois tem 24 horas para me bater e eu tenho segundos para responder", emendou.

A conturbada relação, que resultou no fechamento dos portões do Hoerskool Randburg por três vezes em quatro dias, evidenciou ainda o ruído que há entre o treinador e o departamento de comunicação da CBF. Sempre onipresente em eventos que envolvem o time nacional, o assessor de imprensa Rodrigo Paiva não foi visto ontem no Ellis Park.

"O treino não é secreto, ele é privado. Precisava repetir várias vezes jogadas ensaiadas e o público atrapalha. As coisas são sempre direcionadas para a minha personalidade. Tem de ter liberdade, mas com responsabilidade e respeito", cravou, encerrando o dia em que, mais do que nunca, foi Dunga. Ao extremo.

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