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"Quando voltamos [após o 7 a 1 sobre o Brasil], existia uma tristeza muito grande no país, mas ainda assim havia muita gente nas ruas com cartazes e bandeiras alemãs, nos aplaudindo. Foi algo indescritível, que entranha na pele."

Joachim Löw, técnico da Alemanha.

Na Copa do Mundo disputada no Brasil, a campeã Alemanha foi a mais brasileira das seleções. Com direito até a um leve "sotaque baiano".

Hospedados em Santa Cruz Cabrália, na Bahia, os germânicos passaram 35 dias integrados à cidade litorânea próxima de Porto Seguro. Enquanto isso, os anfitriões passaram todo o período do torneio enfurnados na Granja Comary, em Teresópolis.

"Queríamos curtir a nossa viagem e que as pessoas sentissem que estávamos aproveitando", resume o técnico Joachim Löw. "Todos foram muito gentis conosco", completa o volante Schweinsteiger.

O centro de treinamento batizado de "Campo Bahia" foi construído pela Federação Alemã de Futebol, financiado por empresários do país, ao custo de cerca de R$ 50 milhões. Será utilizado no futuro como empreendimento imobiliário.

Ao refutar todas as estruturas disponibilizadas para a preparação, sugeriu-se a busca por isolamento, favorecido pela região escolhida, de difícil acesso. O que se viu foi justamente o contrário.

Já em 9 de junho, dia seguinte ao desembarque, os jogadores receberam a visita e dançaram com índios pataxós da Coroa Vermelha. O atacante Klose foi mais celebrado e ganhou de presente um chocalho, arco e flecha.

Com o tempo, a conexão só se fortaleceu. O goleiro Neuer e Schweinsteiger vestiram a camisa e cantaram o hino do Bahia – a dupla ainda requebrou ao som do Lepo-Lepo, do grupo Psirico. Pegar praia virou rotina; com a presença, inclusive, dos familiares.

O atacante Podolski tornou-se o símbolo desta afinidade. Graças ao auxílio de um amigo carioca e uma série de mensagens em português nas redes sociais, construiu um fã-clube verde-amarelo. "Criava os textos em inglês e pedia para traduzir. Foi muito divertido", afirma o camisa 10.

A identificação mútua foi capaz até de superar a traumática semifinal com o Brasil, humilhado por 7 a 1 pelos agora tetracampeões mundiais. No retorno à concentração, foram recepcionados com festa. "Quando voltamos, existia uma tristeza muito grande no país, mas ainda assim havia muita gente nas ruas com cartazes e bandeiras alemãs, nos aplaudindo. Foi algo indescritível, que entranha na pele", comenta o treinador Joachim Löw.

E, ontem, no Maracanã, os algozes acabaram adotados no confronto com a rival Argentina. "Sentimos que jogávamos pelo povo brasileiro também", diz Schweinsteiger.

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