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Suspeita

Apesar das duras criticas dirigidas ao Brasil nos últimos dias, o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, poupou Ricardo Teixeira e, com isso, levantou suspeitas dentro da própria entidade de que a ofensiva não passaria de uma espécie de retaliação contra o governo pela forma que o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tem sido alvo de investigações e acusações.

Segundo fontes na Fifa que não fazem parte do grupo de aliados de Valcke, por trás de declarações aparentemente explosivas está uma manobra política orquestrada para escancarar ao mundo a ineficiência das autoridades brasileiras. Em contrapartida, Ricardo Teixeira, pivô de escândalos de suspeitas de corrupção no Brasil, é blindado das críticas lançadas pela Fifa.

O assessor especial para assuntos internacionais da presidência da República, Marco Aurélio Garcia, chamou o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, de "vagabundo" por ter dito que o Brasil não estava organizando a Copa do Mundo como deveria e, por isso, merecia um "pontapé no traseiro".

"O interlocutor [da Fifa] já está riscado. Esse cara é um vagabundo", reagiu Garcia, ontem, pouco depois de chegar a Hannover, na Alemanha, na comitiva da presidente Dilma Rousseff.

Garcia disse que a presidente não discutiu isso à caminho da Alemanha. "Imagina! A presidente tem coisas melhores para se irritar do que com os comentários de um boquirroto."

Garcia se mostrou particularmente irritado com a linguagem que Valcke usou e disse que não acredita que ele estivesse falando em nome da Fifa. "Não me parece que bunda seja uma palavra diplomática, mesmo se traduzir como traseiro", disse o assessor.

Garcia considera que, com a declaração, Valcke "mordeu a língua". "É um boquirroto. Ele não criou um problema para nós. Criou um problema para a Fifa", enfatizou.

Quanto ao mérito da crítica, o assessor especial da presidência disse que o Brasil não vai ter o mesmo ritmo dos europeus e vai fazer as obras necessárias "do nosso jeito".

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