Um dia depois de o Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TC-PR) suspender o repasse de verbas públicas do governo estadual para a Copa 2014, o Atlético se pronunciou com certo distanciamento, quase como se não fizesse parte da engenharia financeira que vai garantir as reformas para a conclusão da Arena da Baixada para o evento da Fifa. Mesmo assim, o clube pediu agilidade na resolução do plano de trabalho exigido pelo TC-PR para que os cofres do Furacão não fiquem zerados.
"Estamos tocando a obra com recursos próprios, mas evidentemente uma hora vai acabar. Quanto menos dinheiro tivermos, mais devagar vai a obra. Tudo depende do cofre", afirmou o conselheiro jurídico da CAP S/A sociedade anônimo responsável por gerir as obras , José Cid Campêlo Filho.
Apesar da preocupação, paira um otimismo de que os repasses, em forma de títulos de potencial construtivo sejam concretizados o mais breve possível, dependendo apenas da assinatura do termo aditivo do convênio entre o governo estadual, a prefeitura municipal e o Rubro-Negro.
Ajuste esse que o clube deixa exclusivamente nas mãos do poder público. "Temos um papel de espectador, mas estamos auxiliando da forma que podemos. A prefeitura está trabalhando nisso e em mais alguns poucos dias estará resolvido. É só questão burocrática", garante.
O orçamento total da obra é de R$ 184,5 milhões, sendo que R$ 138 milhões serão financiados junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) por intermédio da agência estadual Fomento Paraná. O restante (R$ 46,6 milhões) será dividido entre Atlético, prefeitura e governo estadual.
Na semana passada, o clube chegou a afirmar que o empréstimo com o banco federal havia sido liberado, o que foi desmentido pelo BNDES o financiamento, na verdade, avançou uma etapa.
Com a suspensão dos repasses imposta pelo TC-PR, o aporte poderia ser prejudicado. Mas a demora da liberação por parte do banco dá tempo para que as questões locais sejam sanadas. "O andamento das coisas no BNDES leva mais um pouco de tempo ainda e quando isso acontecer, estará resolvido a questão com o Tribunal [de Contas]", espera o representante atleticano.
Em relação à falta de transparência, motivo principal pelo qual o TC-PR pediu a suspensão dos repasses, Campêlo Filho confrontou o órgão estadual. "O cronograma está no BNDES. É só ver lá."
O presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, foi procurado pela reportagem da Gazeta do Povo, mas não atendeu às ligações. A assessoria de imprensa do clube informou que ele está em viagem e que informações relacionadas à Arena serão publicadas no site oficial.
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