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Fernandinho entrou no lugar de Paulinho no intervalo e resolveu a falta de organização no meio-campo brasileiro | Albari Rosa, enviado especial/ Gazeta do Povo
Fernandinho entrou no lugar de Paulinho no intervalo e resolveu a falta de organização no meio-campo brasileiro| Foto: Albari Rosa, enviado especial/ Gazeta do Povo

Família e vizinhos exaltam ‘revolução’ de Fernandinho

Marcos Cesar Gouvea e Marcus Ayres, jornal de londrina

O londrinense Fernan­­dinho foi a sensação do Bra­­sil na vitória por 4 a 1 sobre Camarões, ontem – com gol do volante. Ele entrou no intervalo, no lugar de Paulinho, e deu vida à seleção brasileira. Motivou também muito barulho no Jardim Lindóia, zona norte de Londrina, onde mora sua família. Alegria e otimismo tomaram conta da vizinhança depois que o filho ilustre deu cara nova ao time de Felipão.

O eletricista aposentado Luiz Carlos Rosa, de 62 anos, já fala até em título no dia 13/7. "Agora estou começando a acreditar. Vai ser campeão", comentou ele, emocionado com o sucesso do filho. Entusiasmo compartilhado pelos vizinhos que viram Fernando Luiz Rosa crescer na Rua Roncador. "Foi lindo. Se o Felipão deixar de ser cabeça dura, o Fernandinho não sai mais. Ele arrumou o time e pode melhorar ainda mais. Aí podemos ganhar a Copa do Mundo", bradou Domingos Lira Barbosa, de 77 anos, cujos filhos e netos brincaram na infância com o hoje jogador da seleção.

Quem também viu Fernandinho crescer foi a dona de casa Marlene Barbosa, de 53 anos, vizinha da família do atleta. "Imagino a emoção da mãe dele [Ane Cristiane Machado], pois a gente se conhece desde que ele nasceu. Vibramos com toda a família dele. [O Felipão] demorou demais para colocar ele", ressaltou a fã, em campanha pela titularidade de Fernandinho.

Uma história que começa no interior do Paraná, passa pelo Atlético e termina na seleção brasileira começa a se repetir na Copa de 2014. Assim como Kléberson se transformou em um dos amuletos da conquista do penta com a competição em andamento, Fernandinho abre espaço na atual versão da "Família Scolari". Autor do gol que fechou a goleada sobre Camarões, o volante do Manchester City desponta como a solução para o principal problema do time: a transição entre defesa e ataque.

Confira a nota dos jogadores e quem foi o craque da partida

"Senti que entrei bem, fiz aquilo que eu queria e devia", disse Fernandinho. "A gente deixou um pouco a desejar nos dois primeiros jogos da Copa. A atitude mudou e conseguimos um excelente resultado", reforçou.

Perguntado se vai repetir a trajetória de jogadores que viraram titulares ao longo da Copa, como Kléberson, ele espera que a história se repita – mas com moderação. "Tomara que seja válida para mim, para a seleção brasileira. Só que não adianta ficar olhando para trás. Tem de fazer história, tem de fazer acontecer."

Fernandinho fez sua estreia na Copa como substituto de Paulinho. Entrou no intervalo e, além de ajudar na marcação, melhorou a ligação com os atacantes. De todos os jogadores do Brasil que estiveram em campo, foi, ao lado de Luiz Gustavo, o que mais acertou passes – 88% do total. O paranaen­se deu 22 passes completos, contra nove de Paulinho.

No primeiro lance, deixou Hulk na frente do goleiro Itandje. Depois, participou diretamente do terceiro gol. Apanhou o rebote na entrada da área, ajeitou, driblou o marcador e rolou para David Luiz, que cruzou para Fred desencantar.

Titularidade

Fernandinho não fugiu de perguntas sobre a possibilidade de ganhar de vez a vaga de Paulinho. "Todo jogador quer ser titular, isso é uma coisa que eu não posso negar." Sobre a "onda" que começa a se criar para que ele fique com a posição, passou a vez ao "surfista" Felipão. Este, sim, reticente quanto a rifar o jogador em quem, no domingo, disse confiar cegamente.

"Vou analisar o jogo quan­­do estivermos com essa adrenalina toda fora do corpo. Quando se observa o vídeo, pode-se interpretar de outra forma", esquivou-se.

Repetição

Há 12 anos, a maré começou a ficar favorável a Kléberson nas oitavas de final, contra a Bélgica. Natural de Uraí, no Norte do Paraná, o volante agarrou a oportunidade e ficou até a final contra a Alemanha. Já o londrinense Fernandinho espera se manter na crista contra o Chile, também pelas oitavas, no sábado.

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