Presidente da comissão da Lei da Copa critica declarações de Valcke

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As declarações feitas pelo secretário-geral da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Jérôme Valcke, ultrapassaram o limite, por serem "inconsequentes, deselegantes e de linguajar chulo". Essa é a avaliação do presidente da Comissão Especial da Lei Geral das Copas do Mundo e das Confederações, deputado Renan Filho (PMDB - AL), que se pronunciou, em nota, criticando as afirmações de Valcke.

"A maneira a qual o secretário-geral se referiu à preparação do Mundial em nosso país se mostrou insultuosa, descuidada e inapropriada", afirmou Renan Filho, em trecho da nota.

Na sexta-feira (2), Valcke afirmou estar preocupado com os preparativos do Brasil para a Copa do Copa do Mundo de 2014. Para ele, a construção de estádios e de infraestrutura de transportes e hotéis para os torcedores está atrasada. Valcke disse que os organizadores precisam de um "um pontapé no traseiro", e que o Brasil parece estar mais preocupado com ganhar a Copa do que com organizá-la.

"Nenhuma instituição, governo ou pessoa está livre de críticas. Contudo, enquanto locutor da Fifa com o governo brasileiro, é inadmissível que o secretário-geral faça uso de expressões inconsequentes, deselegantes e de linguajar chulo, sem considerar as responsabilidades que essa relação e seu cargo exigem", afirmou Renan Filho.

O deputado defendeu que a Comissão Especial que preside vem analisando a Lei da Copa desde 19 de outubro do ano passado, e desde aquela data vem ouvindo entidades relacionadas ao tema. Segundo nota, a Comissão Especial já realizou diversas audiências públicas. "Apesar de árduo, o trabalho tem sido produtivo e célere. Reitero que estamos trabalhando para votarmos o texto do relatório do deputado Vicente Cândido (PT-SP) nesta terça-feira (6), a fim de que seja encaminhado ao plenário da Câmara dos Deputados ainda nesta quarta-feira", disse Renan Filho.

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), também se pronunciou nesta segunda-feira sobre as declarações de Valcke. Sarney defendeu a decisão do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que pediu que a Fifa troque o interlocutor do órgão com o Brasil: "O ministro Aldo Rebelo não falou apenas em seu nome e em nome do governo, mas falou em nome de todo o povo brasileiro a respeito da intromissão grosseira (de Valcke)", disse Sarney.

Valcke deve vir ao país no dia 12 deste mês, e Rebelo afirmou, no sábado (3), que enviaria nesta segunda-feira carta ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, formalizando o pedido de troca do interlocutor da entidade com o governo brasileiro.