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A votação da Lei Geral da Copa na Câmara foi adiada para a próxima semana, mesmo depois de o governo apoiar a retirada da permissão da venda de bebidas alcoólicas, tema mais polêmico do projeto. Além da mudança do texto, contribuíram para o adiamento a troca na liderança do governo e a exigência de deputados ruralistas de que o Código Florestal tivesse precedência na votação.

Com isso, a presidente Dilma Rousseff receberá o presidente da Fifa, Joseph Blatter, sem ter a lei aprovada e ainda sob a efervescência do debate sobre a venda de bebidas. A entidade quer a liberação por ter uma cervejaria entre seus patrocinadores.

A reviravolta em relação às bebidas alcoólicas gerou surpresa até no relator do projeto, deputado Vicente Cândido (PT-SP). "Eu estou surpreso e o Aldo Rebelo (ministro do Esporte) também", disse o deputado após a reunião de líderes que discutiu o tema. Nessa reunião, técnicos da Secretaria de Relações Institucionais e da Casa Civil informaram aos deputados não haver "compromisso formal" do governo com a Fifa para permitir a venda de bebidas.

O líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), telefonou para a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann para confirmar essa informação. Diante disso, os líderes da base decidiram que não apoiariam o texto do relator propondo a liberação. "É um problema de relação comercial da Fifa", resumiu o líder do PT, Jilmar Tatto (SP).

Isolado, Cândido disse que vai alterar seu parecer retomando o texto original do governo nesse ponto. Ele ressalta, porém, que esta redação vinda originalmente do Palácio do Planalto suspendia o artigo do Estatuto do Torcedor que proíbe "entrar e permanecer" com bebidas nos estádios. Técnicos do governo, porém argumentam que o Estatuto não proíbe o comércio dentro das arenas e que essa supressão seria desnecessária.

Com a nova posição, o governo joga a responsabilidade da venda de bebidas para os Estados e municípios, com quem a Fifa poderá negociar diretamente a permissão de venda. "Ainda há possibilidade de cada unidade da federação fazer o acordo com a Fifa", disse Chinaglia.

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