Derrota da Espanha põe em xeque o tiki-taka e marca despedida de Iniesta da Copa

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O revés da Espanha representa o ocaso do estilo de troca de passes que consagrou e deu um título mundial à La Roja. Marca também, simbolicamente, a despedida das Copas do Mundo do meia Andrés Iniesta, 34 anos, peça-chave do apelidado tiki-taka.

Na derrota para a Rússia, nos pênaltis, por 4 a 3, após 1 a 1 no tempo normal, os espanhóis trocaram1.137 passes ao longo dos 120 minutos, considerando a prorrogação. Quase quatro vezes mais do que os oponentes, que terminaram com 285.

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O domínio da bola, e territorial, entretanto, em nenhum momento pôs a campeã mundial de 2010 mais próxima do triunfo. Só fez irritar as mais de 78 mil pessoas presentes ao Estádio Luzhniki, em Moscou, que reagiram com vaias à falta de objetividade de La Roja.

Aparentemente impotentes, os espanhóis sucumbiram diante de um adversário que se propôs defender o tempo inteiro. Tarefa realizada quase à perfeição, exceto pelos minutos finais, quando, no desespero, a Espanha tentou de tudo.

“É complicado atacar contra 11 jogadores. O que mais importa para mim é a tristeza dos torcedores, do grupo que está afundado. Nós tentamos de tudo, a equipe estava chegando, mas, às vezes, é difícil atacar contra onze homens”, comentou o treinador Hierro.

Alçado ao cargo às vésperas da estreia, por causa da saída surpreendente de Julen Lopetegui, o ex-zagueiro pôs Iniesta no banco para o duelo com os russos. E o chamou aos 20 minutos da etapa final, diante da inoperância ofensiva.

Um desprestígio com o autor do gol que valeu o título mundial na África do Sul e que, ao lado de Xavi, já aposentado, compunha o “motor” do tiki-taka, sistema do Barcelona de Pep Guardiola importado pelo time nacional.

“É uma realidade que essa foi a minha última partida pela seleção. No nível individual, uma fase maravilhosa acabou, e às vezes os finais não são como você sonha. É provavelmente o dia mais triste da minha carreira”, desabafou o camisa 6.

Ao término do jogo, com o pênalti desperdiçado por Aspas, nada deu certo para os espanhóis. Foram quatro jogos com mais posse de bola que os adversários no Mundial. Quatro partidas de um futebol que passou aperto na primeira fase e caiu logo nas oitavas.

Um duro golpe durante uma troca de geração que ainda procura um caminho. O tiki-taka apresentado na Rússia foi apenas uma versão em câmera lenta do estilo dominante implementado pelo Barcelona e a seleção. É hora de reconstruir.

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