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Alessandro Zanardi comemora o ouro erguendo a bicicleta especial em Londres: despedida | Leon Neal/ AFP
Alessandro Zanardi comemora o ouro erguendo a bicicleta especial em Londres: despedida| Foto: Leon Neal/ AFP

Londres - Na próxima semana, no dia 15, o acidente que causou a perda das duas pernas do ex-piloto de Fórmula 1, Alessandro Zanardi, completará 11 anos. A data poderia representar o fim das atividades esportivas do italiano. No entanto, significou apenas o início de novas "aventuras", como ele gosta de dizer. Ontem, no ciclismo contrarrelógio adaptado, o atleta ganhou sua primeira medalha de ouro em Paralimpíadas, mais um desafio estabelecido e cumprido por ele.

Desde o episódio que quase lhe tirou a vida – o carro dele foi atingido por outro que estava a cerca de 320 km/h –, Zanardi não sossegou. Menos de dois anos bastaram para o bicampeão da Cart (uma dissidência da Indy, onde sofreu a grave colisão) voltar às pistas.

Até o fim 2009, ele estava disputando etapas do WTCC, o Campeonato Mundial de Carros de Turismo. Depois, passou a se dedicar exclusivamente ao ciclismo paralímpico, na categoria H4, onde a bicicleta é conduzida com as mãos. A consagração nos Jogos de Londres não poderia vir em um local diferente: um circuito de corrida. A prova conquistada por Zanardi foi disputada em Brands Hatch, autódromo inglês que, até 1986, recebia etapas da F1.

"Corri com carros em outras categorias aqui e só tinha conseguido um segundo e um terceiro lugar. Para ganhar, precisei voltar com uma bicicleta especial", brincou após ter confirmada a conquista do ouro.

"Foi muito difícil esperar [o resultado final]. Depois comecei a acreditar que algo mágico tinha acontecido comigo. Não digo que a sensação é melhor ou pior [do que os títulos do automobilismo], mas esse momento ficará marcado como um daqueles no topo da escala", disse Zanardi que, após a competição, celebrou levantando a bicicleta sobre o corpo.

No entanto, não se acostume com a cena. O italiano deve abandonar as competições do ciclismo. O motivo? Curiosidade. "Esse é praticamente o último dia de uma grande aventura. A partir de segunda-feira, eu não tenho dúvida de que eu vou encontrar algo novo para fazer. Uma qualidade minha com certeza é a curiosidade. Depois da Paralimpíada, vou ter de procurar algo diferente ou a vida vai ficar chata", explicou.

Uma das novas aventuras de Zanardi já tem um local marcado: Indianápolis, nos Estados Unidos. "O Jimmy Vasser [um dos donos da equipe KV, onde corre o brasileiro Rubens Barrichello] me ligou no dia anterior à prova e disse que se eu ganhasse a medalha de ouro me colocaria em um carro para a prova das 500 milhas", contou. "Agora eu tenho de ligar para ele de novo e dizer: eu ganhei, e o meu carro?".

*O jornalista viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro

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