Curitiba entrou no mapa do futebol

• 0

Aloar Ribeiro, 76 anos, ainda tem gravado na memória o caminho que fez até o Durival Britto em 1950 para acompanhar as partidas da Copa em Curitiba. "Pegava a Atílio Bório, a rua da minha casa, e ia toda vida reto. Quando avistasse os bois, tinha chegado no estádio", recorda o jornalista aposentado, cuja passagem pela Redação da Gazeta do Povo durou 42 anos.

A capital paranaense da época do primeiro Mundial no Brasil era bem diferente. Pacata, tranquila, com cerca de 150 mil habitantes. Movida a bondes e animais. Por isso a referência do jornalista aos bois, criados no Mangueirão, vizinho de muro do complexo esportivo do Ferroviário – construído em 1947, o estádio era um dos maiores e mais modernos do país. "De lá os bois eram levados para o Matadouro Municipal", recorda Aloar. "O problema era quando algum escapava. Tínhamos de mudar o percurso da volta para não dar de cara com os animais."

Luiz Geraldo Mazza, jornalista de 78 anos, também acompanhou de perto a passagem da Copa por Curitiba. "Eu vi os dois jogos de cima de um vagão de trem. Esses vagões ficavam atrás do estádio e nós os escalávamos para poder assistir às partidas", conta, lembrando que o campo era vizinho à Rede Ferroviária. "Tínhamos uma certa dificuldade porque o maquinista tocava a máquina para nos expulsar dali, não era algo tão cômodo", acrescenta ele, ainda na ativa, trabalhando na Rádio CBN e no jornal Folha de Londrina.

Confirmada a previsão de que a cidade voltará a receber jogos da principal competição de futebol do planeta em 2014, o Durival Britto deve ter um papel apenas secundário. O estádio, agora casa do Paraná Clube, foi indicado pela comissão local como centro de treinamento para as seleções que ficarem sediadas na cidade. As partidas oficiais serão disputadas a poucas quadras dali, na mesma Engenheiros Rebouças, só que na Arena da Baixada, reduto do rival Atlético. (CEV)