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Bernardinho: “Espero que essa vinda da seleção motive não só as autoridades, mas também os empresários locais para que possamos voltar a ter uma equipe profissional aqui em Curitiba.” | Antônio Costa/ Gazeta do Povo
Bernardinho: “Espero que essa vinda da seleção motive não só as autoridades, mas também os empresários locais para que possamos voltar a ter uma equipe profissional aqui em Curitiba.”| Foto: Antônio Costa/ Gazeta do Povo
  • Bernardinho posa para foto com fãs e algumas jogadoras do time do Círculo Militar/Dom Bosco
  • O técnico da seleção dá autógrafo a crianças no ginásio do Tarumã

Com o tendão de aquiles do pé es­­­­querdo rompido e limitado a uma cadeira de rodas ou a duas muletas, Bernardinho não perdeu seu jeito agitado e falante durante a estada da seleção brasileira em Curitiba para os amistosos contra a Polônia – neste domingo (5), no ginásio do Tarumã, o Brasil venceu pela terceira vez na última partida preparatória para o Mundial da Itália.

Enquanto o time treina, ele não para. Se não pode estar no meio dos jogadores como normalmente ocorre, está de olho se tudo está "ok" no ambiente de trabalho do time. Até jornalistas viram alvo de seus alertas. "Ei ‘fera’. Cuidado que essa bola é feroz. Quebra a sua lente", avisou ao fotógrafo Antônio Cos­­ta, da Gazeta do Povo, durante um dos treinamentos da equipe.

Mais do que nunca, Bernardo Re­­zende está precisando do apoio dos assistentes Chico dos Santos e Roberley Leonaldo, o Rubinho, pa­­ra comandar seus pupilos. No dia 25, diante da Tunísia, na estreia do Mundial, espera-se que ele já possa ficar à beira da quadra. Mas, por ora, está convivendo com o dificílimo desafio de se conter. Para ele, talvez, seja mais complicado do que renovar a seleção brasileira ou definir quem serão os dois cortados do grupo final de 14 que vai ao Mundial.

Como está sendo o desafio de se conter em uma cadeira de rodas durante as partidas da seleção brasileira contra a Polônia?

Realmente estive pensando como fazer nesses amistosos aqui em Curitiba. Não posso ficar na beira da quadra. Não há como ficar aqui [entre o banco de reservas e a quadra] de muletas. Então tenho de ficar na cadeira de rodas aqui próximo ao banco e me conter, obviamente, porque não tenho como pular e ficar participando muito. Mas estou dando meu apoio à equi­­pe e minhas orientações. Com tranquilidade, dá para trabalhar. Estão sendo jogos importantes, mas são testes. Os últimos testes do Brasil antes do nosso embarque no dia para o Mundial da Itália. O im­­portante está sendo utilizar essas partidas com muita inteligência para sair daqui com as definições em relação ao time final e que saia de Curitiba com o time melhor do que chegou.

O que muda da Liga Mundial para o Campeonato Mundial?

Acho que o time vem trabalhando muito bem. As experiências da Liga Mundial nos trouxeram certamente lições importantes para que a gente pudesse treinar, trabalhar e com isso estar crescendo. Os treinos estão muito bons e ga­­nhamos recentemente um torneio importante na Polônia [Hu­­bert Jerzeg Wagner]. Agora é dar sequência a tudo isso. Os jogos em Curitiba estão servindo para dar ainda mais ritmo. Com o crescimento após a Liga, a gente espera estrear no dia 25, contra a Tunísia, já com um bom estado de forma para conquistarmos mais um tí­­tulo.

Como é o desafio de renovar a seleção?

É um desafio constante. O processo é permanente de avaliação, busca e trabalho. Claro que não podemos abrir mão dos veteranos, que são fundamentais para orientar os jovens. Mas a chegada de novos valores também é fundamental a cada competição.

O ginásio do Tarumã, que você conhece bem, chegou a ser interditado após o fim do Rexona...

É uma pena uma capital como Curitiba, que já demonstrou sua paixão e sua força na época em que estávamos jogando aqui com a equipe do Rexona, estar sem vô­­lei. Mas a paixão continua. Que a reforma do ginásio seja apenas o início de um processo do retorno do esporte ao cenário de Curitiba. Que a cidade não viva apenas do futebol. Que tenha a possibilidade de trazer outras modalidades, já que é uma cidade com plena capacidade de absorver, receber e manter um time profissional, como teve o voleibol feminino. Es­­pero que essa vinda da seleção motive não só as autoridades, mas também os empresários lo­­cais para que possamos voltar a ter uma equipe profissional aqui em Curitiba.

Após a medalha de ouro em 2004 você escreveu um livro [Trans­­formando suor em ouro] que foi um sucesso absoluto. Tem algum outro livro no planejamento?

Vou continuar. Tem um segundo livro que chama-se Carta a um jo­­vem atleta, é um projeto diferente. A ideia é dar sequência ao Trans­­formando suor em ouro, contando a história pós-2005 e quem sabe culminando com a Olim­­píada de 2012. É assim que a gente espera. Já tem muita coisa escrita, o processo vai andar e o segundo livro vai sair.

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