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Contraste

Receita para esquecer a crise na bola

O sucesso de vários tenistas argentinos no segundo semestre de 2006 – David Nalbandian, José Acasuso, Agustín Calleri e Juan Ignacio Chela – serviu na época para esquecer a eliminação da seleção da Argentina na Copa do Mundo da Alemanha. Desde então, os noticiários esportivos do país passaram a encarar o tênis com grande atenção.

O tênis marcou intensamente a vida dos argentinos nas últimas décadas, especialmente com Guillermo Villas, campeão do US Open em 1977, e com José Luis Clerc. Mas também houve momentos de glórias com Gabriela Sabatini, no final dos anos 80 e começo dos 90. Além da geração mais recente, comandada por David Nalbandian. Agora, o momento é de Del Potro.

Segundo a Associação Argentina de Tênis (AAT), 2 milhões de argentinos (5% da população) praticam tênis. Existem mais de mil escolas para o ensino do esporte em todo o país, que também recebem alunos do Brasil e Chile.

Buenos Aires - Rei morto, rei posto. Foi essa a constatação feita pela imprensa argentina ontem, ao comentar a vitória do tenista Juan Martin Del Potro sobre o suíço Roger Federer na final do US Open, realizada na noite de segunda-feira, em No­­va Iorque. O surgimento do no­­vo "monarca" do esporte ar­­gentino ajudou a esquecer as frustrações com o ídolo Mara­­dona no comando da seleção de futebol.

O Olé, principal jornal esportivo da Argentina, deixou claro esse sentimento ao estampar em sua capa uma foto imensa de "Delpo", como o tenista está sendo carinhosamente chamado, com a frase embaixo: "I love Delpo". O diário também chamou o campeão do US Open de "Puro sangue", em alusão ao so­­brenome equino. "Começou nervoso", diz o texto. "Mas recuperou-se e foi melhor nas situações limite."

O suplemento esportivo do jornal Clarín também teve tom exultante. "Gigante" foi a manchete colocada abaixo da foto de Del Potro exibindo o troféu. E mesmo o sóbrio diário La Nación aplicou tons épicos ao feito do tenista argentino, de apenas 20 anos: "Em um cenário de lendas, Del Potro transformou-se em campeão".

Ontem, o argentino passeou pela cidade norte-americana curtindo o momento de reinado. "No início da partida, eu estava muito nervoso. Não consegui dormir na noite anterior. E nem consegui tomar o café da ma­­nhã", contou Del Potro, admitindo parte das dificuldades que teve diante de Federer, o maior campeão da história do tênis, que tem o recorde de 15 títulos do Grand Slam no currículo. "Ain­­da tenho que aprender muito para ser como Federer", admitiu.

Segundo Del Potro, seu pior momento no duelo, diante de 24 mil pessoas, foi no final do terceiro set, quando Federer fez 2 a 1. "Ali, pensei: estou na final, jo­­gando com Roger, que é o melhor da história, e não tenho nada a perder", revelou ele, que ganhou uma posição no ranking da ATP: roubou o 5.º lugar de Andy Roddick.

Ainda em relação à lista divulgada ontem, Federer segue confortável na liderança. Já o segundo posto mudou de mãos. Rafael Nadal, ao chegar à semifinal, ultrapassou Andy Murray. Em outra mudança entre os 10 me­­lhores, o espanhol Fernando Verdasco superou o francês Gil­­les Simon e ocupa agora o 9.º lugar.

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