Empolgado, Barrichelo pretende mostrar quem realmente é
A três dias antes da estreia no Mundial-2009 da F-1, o piloto Rubens Barrichello, da Brawn GP, demonstra empolgação para a disputa do GP da Austrália, em Melbourne, e falou em mostrar à torcida tudo o que não pôde ou não conseguiu até hoje. O brasileiro inicia sua 17ª temporada na categoria, da qual é o recordista de GPs disputados, com 268.
Melbourne - A temporada 2009 da Fórmula 1 começa para valer na noite de hoje, a partir das 22h30 (horário de Brasília), quando será tarde de sexta em Melbourne e ocorre o primeiro treino livre do GP da Austrália. Mas já está cheia de polêmicas. Depois das discussões sobre as novas regras, o assunto da vez é a distribuição do dinheiro para as equipes.
No começo, foram apenas Flavio Briatore, da Renault, e Ron Dennis, da McLaren, que chegaram a ameaçar até de não enviar seus carros para o GP da Austrália se não recebessem de Bernie Ecclestone, o promotor da Fórmula 1, o dinheiro combinado para estender o Acordo da Concórdia. Agora, já no circuito Albert Park, todas as dez equipes parecem unidas na mesma reivindicação, prometendo fazer o que for necessário para fazer valer seus direitos.
A luta de poder entre Ecclestone que é apoiado pelo presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Max Mosley e a associação das equipes (Fota) pode gerar desdobramentos sérios para a categoria. Ela já existe há algum tempo, mas, em tempos de crise econômica mundial, os ânimos parecem estar ainda mais acirrados.
Em 2006, Ecclestone procurou os representantes das equipes para negociar a extensão do Acordo da Concórdia, compromisso que estabelece, dentre outras coisas, quanto cada escuderia recebe da Formula One Management (FOM), empresa que promove a Fórmula 1 e negocia, principalmente, a venda dos direitos de TV algo em torno de US$ 700 milhões anuais.
O Acordo da Concórdia acabaria no fim de 2007. Para prorrogá-lo por mais cinco anos, até 2012, as equipes exigiram bem mais do que lhes era destinado até então por Ecclestone. A Ferrari foi a primeira a negociar com o dirigente inglês e ganhou, como uma espécie de luvas, US$ 100 milhões para renovar o compromisso.
"Nós assinamos um pré-acordo, o verdadeiro Concordia Agreement ainda ninguém assinou", explicou ontem Luca Colajanni, da Ferrari, numa clara manifestação de solidariedade a Flavio Briatore e Ron Dennis nessa disputa com Ecclestone ambos também esperam receber as luvas que combinaram com o dirigente inglês.
Mas Ecclestone disse que só paga depois de eles assinarem, de verdade, o Acordo da Concórdia. Além disso, ele se mostra irredutível com relação à reivindicação das equipes para revisar os valores pagos pela participação no campeonato cada participante recebe um valor diferente, de acordo com a classificação no Mundial de Construtores. "Nenhuma chance de passarem a receber mais do que acertamos", adiantou.
Essa briga política nos bastidores, inclusive, aumenta ainda mais a expectativa pela temporada que começa agora na Austrália foi comentado nos boxes até sobre um possível boicote das equipes nos treinamentos em Melbourne. Enquanto isso, dentro da pista, os pilotos prometem dar, como sempre, um show para o público. E será já nos primeiros treinos livres que a Fórmula 1 poderá conhecer, de fato, quem entra forte na disputa pelo título.
Ao vivo
1º treino livre para o GP da Austrália, às 22h30 e às 2h30, no SporTV.
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