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São Paulo - Depois de oferecer imunidade a Nelsinho Piquet para tentar esclarecer o que aconteceu no GP de Cingapura do ano passado, a FIA repetiu a proposta para Pat Sy­­monds, diretor técnico da Renault, que, ao lado de Flavio Briatore, é acusado pelo piloto brasileiro de ter pedido a ele que batesse seu carro de maneira proposital. A oferta da entidade que rege o esporte veio a menos de uma semana da reunião do Conselho Mundial, em Paris, dia 21, na qual o time terá de prestar explicações, e deixa Briatore em uma situação complicada.

De acordo com os dois depoimentos prestados por Nelsinho aos investigadores da FIA, que vieram a público na semana passada, somente os três participaram da reunião em que o acidente teria sido combinado, horas antes da largada.

"Depois da reunião com Sy­­monds e Briatore, Symonds me levou para um canto quieto e, usando um mapa, mostrou-me o local exato onde eu deveria bater", afirmou o piloto em seu primeiro depoimento, dado no dia 30 de julho, em Paris. "Essa curva (17) foi escolhida porque não havia nenhum guindaste que pudesse tirar um carro batido rapidamente da pista", declarou.

O motivo de a FIA ter oferecido imunidade também a Symonds é simples. Enquanto Briatore negou qualquer tipo de contato com o seu ex-piloto, disse que as acusações são mentirosas e entrou na Justiça francesa contra Nelsinho e Nelson Piquet por chantagem e calúnia, o inglês confirmou ao menos parte da história.

Em suas declarações aos investigadores, reveladas pelo jornal Folha de S.Paulo no sábado, Symonds evitou responder às perguntas mais contundentes, mas afirmou em determinado momento que não queria mentir. Número dois da Renault e único presente em Spa-Francorchamps em 27 de agosto, Symonds confirmou que teve uma reunião com Briatore e Nelsinho, mas disse que foi o piloto quem sugeriu causar uma batida para tentar dar a vitória a seu parceiro, Fernando Alonso, no dia anterior à prova.

O diretor técnico falou ainda aos investigadores que não se lembrava do que havia sido conversado na reunião. Foi questionado de três jeitos diferentes se havia apontado a Nelsinho o exato lugar em que ele deveria bater. "Não quero responder", disse ele, três vezes. "Não tenho a intenção de mentir para vocês. Não menti para vocês, mas eu tenho o direito de preservar um pouco minha posição", completou.

Em suas declarações, no entanto, Symonds confirmou que a aceleração mostrada pela telemetria do carro do piloto brasileiro, demitido após o GP da Hungria, era incomum.

"Não tenho certeza se, pelos dados, posso dizer que foi um acidente proposital, pois não sei se já vi algum, então eu... Os dados são bastante incomuns."

Ele ainda não confirmou se irá aceitar ou não a proposta da FIA. Caso aceite, Briatore ficará sozinho. E a permanência da equipe franco-inglesa na F-1, cada vez mais complicada.

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