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Manuella Andrade, de 14 anos, se divide entre os estudos e a paixão pelas piscinas | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Manuella Andrade, de 14 anos, se divide entre os estudos e a paixão pelas piscinas| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Manuella Andrade, de 14 anos, acabou de se formar no ensino fundamental. Ao lado dos estudos, talvez um pouquinho à frente no entusiasmo, está a natação. Com várias medalhas conquistadas desde os oito anos, há um conseguiu uma bolsa de estudos com um bom desconto na mensalidade e o respaldo para competir sem precisar se preocupar em perder provas ou ficar para trás nos estudos.

"[A rotina] é bem complicada. Com os treinos, tenho de arranjar um tempo para estudar. Mas acabo me organizando mais e aproveito melhor o tempo livre. Assim, consigo ir bem na escola e também na natação", diz a nadadora do Colégio Dom Bosco, que já tem planos de cursar uma universidade nos Estados Unidos para seguir competindo e estudando.

A oportunidade aproveitada por Manuella tem se tornado comum em colégios de Curitiba. Essa lógica norte-americana de oferecer incentivos a jovens atletas tem dado frutos tanto para as instituições de ensino, com a divulgação de sua imagem, quanto para os próprios bolsistas. Como os alunos precisam, muitas vezes, viajar para competir, as escolas procuram flexibilizar horários para que ninguém perca nenhuma vírgula do que foi ensinado em sala de aula.

O que atrai os pretendentes às bolsas, em primeiro lugar, é a possibilidade de competir, é claro. Isso não significa que estudar fica em segundo plano. "O rendimento acadêmico é acompanhado regularmente. Não adianta ser um grande atleta e um péssimo aluno", ressalta o coordenador de esportes do Dom Bosco, Danilo Schier da Cruz.

Conseguir uma bolsa, em geral, não é uma tarefa simples. O processo seletivo é diferente de escola para escola – quando oferecem esse benefício. Em algumas, o rendimento esportivo é suficiente. Em outras, são feitas provas, entrevistas e análise de histórico escolar. Sem contar que é comum o próprio colégio convidar alunos, sejam de instituições públicas ou privadas.

"Quando nossos técnicos notam algum aluno brilhante, oferecem a oportuni­dade de fazer a seleção. Ou mesmo outros alunos que in­­­dicam para os amigos. Depois, o processo para pleitear a bolsa é o mesmo", explica a diretora do programa brasileiro do Colégio In­­ternacional de Curitiba (ISC), Claudia Lebiedziejewski.

Como as bolsas vencem no fim do ensino médio, os atletas paranaenses à porta da universidade acabam, muitas vezes, deixando o esporte de lado. Por pura falta de oportunidade. Precisam, assim, olhar para fora do país ou mesmo para outros estados para seguirem treinando.

"Quando acaba o período escolar, eles [atletas] correm atrás de faculdades. Mas para continuar competindo é muito difícil. Ou param ou, quando se destacam, vão embora para São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Lá eles conseguem continuar", lamenta o coordenador de esportes e Educação Física do Colégio Expoente, Adauto de Paula Pin­­to Júnior.

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