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Depois de seguidas promessas da Fifa de que a corrupção seria duramente combatida, a entidade concluiu que, apesar das denúncias de compras de votos na eleição da sede, a Copa do Mundo de 2022 será mesmo realizada no Catar. Já a Rússia, que destruiu suas provas e não colaborou com as investigações, também foi inocentada no processo envolvendo a edição de 2018 do torneio.

Mesmo escondendo cerca de 200 mil páginas do processo – apenas 42 páginas, sem os nomes dos envolvidos na investigação, foram divulgadas –, a Fifa espera que a decisão anunciada ontem encerre de uma vez por todas a crise na entidade. Mas o caso ainda causa polêmica.

O próprio presidente da Câmara de Investigação do Comitê de Ética da Fifa, o norte-americano Michael Garcia, anunciou que deverá apelar contra o relatório apresentado pela instituição. Ele alegou que o informe divulgado não o convenceu. "A decisão contém numerosas interpretações incompletas e errôneas dos fatos", afirmou o dirigente.

O juiz supostamente independente da Fifa, Hans Eckert, apenas cita a necessidade de punir alguns cartolas e fortalecer o processo de seleção a partir da Copa do Mundo de 2026. Mas não haverá um novo voto para escolher outra sede e nem os organizadores do Catar ou da Rússia serão punidos.

A Fifa confirmou que empresários e cartolas do Catar de fato pagaram uma quantia de cerca de R$ 12 milhões para conseguir apoio à candidatura do país.

No entanto, o juiz não recomenda uma nova eleição e a entidade diz não acreditar que os incidentes são graves o suficiente para justificar a decisão de tirar o evento do país do Golfo Pérsico.

Segundo Eckert, as quebras nas regras do processo de escolha foram "muito limitadas em sua abrangência". "A avaliação do processo de escolha das sedes está encerrada para o Comitê de Ética da Fifa", declarou.

A Fifa comemorou a notícia. "Esperamos continuar o trabalho para a Copa de 2018 e 2022, que estão em bom caminho", divulgou.

Amistoso suspeito

Segundo a Fifa, a partida Brasil x Argentina, de 17/11/2010, em Doha, serviu para repassar dinheiro para a AFA (Associação Argentina de Futebol), o que gerou a preocupação do comitê de ética. O mesmo relatório, no entanto, absolve a candidatura do Catar-2022 de ter usado essa transação para comprar voto porque o pagamento teria sido feito por um "conglomerado financeiro do Qatar", e não pelos responsáveis diretos pela organização do Mundial. Os presidentes da AFA, Julio Grondona, e da CBF, Ricardo Teixeira, votaram no Catar.

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