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Peyton Manning durante treinamento na Flórida, para o Super Bowl: quarterback revolucionou o jeito de armar jogadas no futebol americano | Hans Deryk/Reuters
Peyton Manning durante treinamento na Flórida, para o Super Bowl: quarterback revolucionou o jeito de armar jogadas no futebol americano| Foto: Hans Deryk/Reuters

Diário do Super Bowl

Concentração total

Indianapolis Colts e New Orleans Saints já estão totalmente concentrados para o jogo de amanhã. Ontem, apenas os técnicos das duas equipes falaram com os jornalistas no centro de imprensa, e não mais nos hotéis, como de costume. Agora, o próximo contato é só depois do Super Bowl. Hoje são poucos os eventos programados para acontecer no Centro de Convenções de Fort Lauderdale, onde se reúnem os jornalistas. Chegou a hora da decisão.

Rotina é o melhor remédio

O técnico Jim Caldwell, do Colts, foi o primeiro a subir ao palco. Ele disse que, nessas horas que an­­tece­­dem o Super Bowl, o objetivo é manter uma rotina normal. "Temos de eliminar as distrações e tratar a partida como mais um compromisso da temporada re­­gular", explica. Caldwell também reforçou a importância da con­­centração antes do jogo. "Nós queremos que os atletas man­­tenham suas atividades normais duante o período", conta. "Se um deles tem o costume de comer pizza quinta à noite, deveria ter feito isso ontem. Se tem o hábito de tirar uma soneca sexta à tarde, é isso que deve acontecer."

Homem do ano

Entre as coletivas dos técnicos, o local sediou a apresentação dos jogadores nomeados para o prêmio Walter Payton Man of the Year, que destaca jogadores da NFL engajados em projetos para melhorar as comunidades onde vivem. Os indicados deste ano são London Fetcher, do Washington Redskins; Brian Waters, do Kansas City Chiefs; e Mike Furrey, do Cleveland Browns. O vencedor será divulgado amanhã, mo­­men­­tos antes do início do Super Bowl.

Miami - Um vídeo tem sido exaustivamente exibido por três canais norte-americanos durante a semana do Super Bowl, marcado para amanhã, em Miami. Um garotinho de 4 anos, com a camisa do New Orleans Saints, brinca com uma bola oval no quintal de casa.

Vinte e nove anos depois, já bem crescido, mas ainda com uma bola oval nas mãos, Peyton Manning é o principal obstáculo na tentativa do Saints de conquistar seu primeiro título da NFL. O quarterback do Indianapolis Colts estará, ironicamente, no caminho do time e da cidade cuja história se confunde com seu sobrenome.

Archie Manning, pai de Payton, construiu quase toda a sua carreira na equipe da Lousianna. Em meio aos 11 anos como lançador do time, teve e criou os filhos Cooper, Eli e Peyton.

Os garotos só saíram da cidade para jogar futebol americano, mas sempre voltam para lá nas férias. Com mais intensidade desde 2005, quando Nova Orleans foi devastada pelo furacão Katrina. Os Man­­ning tiveram papel fundamental na organização e arrecadação de fundos para a reconstrução da região. Por isso, não espanta a resposta de Archie à pergunta: "Para quem irá torcer no Super Bowl?"

"É como se pedissem para eu escolher qual dos dedos decepar", afirmou ao site da ESPN.

Mais polido, Peyton confessou ter grande carinho pelo Saints e inúmeras boas lembranças de infância, mas disse que depois do pontapé inicial, tudo se resume à paixão pelo futebol americano.

A confiança dos torcedores do Colts no seu camisa 18 é imensa. Desde sua primeira temporada, em 1998, Manning tem mostrado um estilo peculiar e extremamente eficiente de comandar seu ataque.

Dono de um diferenciado dom para encontrar falhas na defesa adversária, o lançador revolucionou o futebol americano ao adotar um sistema em que cabe a ele escolher a próxima estratégia da ma­­neira que achar mais adequada. É raro ver o ataque do Colts reunido naquela tradicional roda, chamada de huddle, em que o quarter­back comunica a seus companheiros como deverá ser executada a próxima tentativa. Assim que um lance acaba, o ataque corre para a linha da bo­­­­la e rapidamente se prepara pa­­ra uma nova descida.

Quando es­­tá tudo pronto para iniciar a jogada, Manning observa o posicionamento dos adversários. Conforme o que vê, grita códigos para seus companheiros e muda os planos. Imediatamente, todos os atacantes precisam reconhecer o novo esquema e executar de acordo com a alteração. E não é raro vê-lo mudar de ideia duas ou três vezes antes de receber a bola.

A capacidade afiada de percepção e um grande conhecimento sobre o esporte possibilitaram que Manning se tornasse um dos me­­lhores quarterbacks que já existiram. "Não me surpreende se ele chega em campo e faz algo especial", disse o tight end e companheiro de time Dallas Clark. "Peyton é um cara que joga sempre para ganhar e para se tornar o melhor que ele puder ser."

Hoje, aos 33 anos, Man­­ning é o terceiro quarterback de todos os tempos com maior número de touchdowns (366, atrás de Brett Favre, com 497; e Dan Marino, com 420) e o quarto melhor da história quando o assunto é jardas conquistadas com passes. Ele também é o dono dos recordes do Colts para arremessos completados, tentativas, jardas alcançadas e touchdowns.

Em outra marca pessoal, Manning foi titular em todas as partidas que disputou pela NFL. O número sobe para 193 jogos amanhã. "Essa é uma estatística individual que realmente significa algo para mim, pois mostra que estou sempre presente para meus companheiros", explica Manning. "É claro que tive muita sorte durante a minha carreira, mas sou extremamente grato pelo trabalho que a linha ofensiva faz em me proteger."

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