Fora de campo, Élber trabalha mais do que quando era jogador

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Pouco mais de três anos depois de ter abandonado definitivamente os gramados, Élber Giovane de Souza está satisfeito e feliz com seu trabalho fora das quatro linhas. Desde o fim de 2007, o londrinense, ex-atacante do Bayern de Munique, mudou de função e passou a procurar por jovens talentos para o time em que foi ídolo por seis temporadas.

Apesar de já estar acostumado com a nova empreitada, ele garante que uma coisa não mudou depois de aposentar as chuteiras. "O trabalho é bem cansativo. Esperava que fosse mais light. Já estava acostumado com a rotina de viagens e tinha prometido para minha família que quando parasse ficaria mais em casa. Mas agora viajo até mais do que antes", disse o olheiro do gigante alemão na América do Sul.

Após encerrar a carreira em novembro de 2006, aos 34 anos, quando defendia o Cruzeiro, Élber descansou por um ano até decidir qual seria o rumo de sua vida fora de campo. Como o ex-centroavante gostaria de permanecer no mundo da bola, só restou uma opção.

"Treinador eu não queria ser. O mundo dos empresários de futebol é muito sujo. A proposta do Bayern veio a calhar. Eles me perguntaram se eu estava disposto. Respondi: por que não?", contou. "No começo foi difícil. Só que hoje já fiz minhas conexões no Chile, Argentina, Peru, Rio de Janeiro, São Paulo. Está muito bacana. E ainda mantenho contato com muita gente do meu tempo de jogador", emendou.

A contração do zagueiro Breno, ex-São Paulo, pela equipe alemã, partiu de uma indicação do paranaense. A decisão final, porém, sempre é tomada em conjunto com outros membros do Bayern.

"Depois da recomendação, se há interesse deles, um funcionário vem para cá acompanhar jogos e treinamentos. Em seguida, o Paul Breitner (ex-lateral do Bayern e hoje olheiro) acompanha alguns jogos aqui também. A decisão de nunca é feita de maneira isolada", explicou.

Sobre o aparente fracasso de Breno no futebol europeu, Élber pediu calma. Sem conseguir repetir as boas atuações o defensor foi emprestado por uma temporada ao Nüremberg. "É preciso ter paciência com o Breno. Ele é muito jovem e a contratação dele foi feita pensando no futuro. Ele ainda vai mostrar todo seu potencial", afirmou.

Tecnologia é aliada

Além de muitas viagens, o londrinense também abusa da tecnologia no garimpo por novos craques. Com um programa de computador, ele tem acesso a currículos de atletas de vários países. Tudo isso acontece de maneira integrada para que o time alemão possa receber vídeos e comentários do ex-camisa 9 sobre os possíveis alvos.

No entanto, para evitar confusões, o maior artilheiro estrangeiro da Bundesliga (Campeonato Alemão), com 133 gols em 260 jogos, evita comentar sobre os nomes que possam interessar.

"Certa vez disse que o Netinho estava jogando bem pelo Atlético e por isso tinha gente achando que o Bayern tinha interesse nele. Para não ficar uma situação constrangedora para os dois lados, aprendi que não posso mais falar nada, nem posição. Se eu digo algo aqui, os jornais alemães estampam como manchete no dia seguinte".