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A ansiedade por um começo de campeonato da F-1 normalmente já é grande para os milhões de torcedores da categoria. Afinal, são quatro meses sem corridas, criando a expectativa por um novo ano cheio de novidades e surpresas.

Pois faz tempo que não há uma temporada tão aguardada como esta de 2009. O principal motivo foi o novo pacote de mudanças, sem dúvida a maior revolução na categoria nas últimas duas décadas.

Logo de cara, o fã já terá como novidade no GP da Austrália o visual dos carros. E não estou falando das cores de patrocinadores: o F-1 mudou a olhos nus, com suas asas traseiras mais altas e menores, os spoilers dianteiros maiores, e com o desenho do carro mais limpo, sem os apêndices aerodinâmicos.

Esta grande mudança aerodinâmica é para mim a maior novidade na F-1 em 2009. O objetivo claro do novo pacote foi proporcionar mais espetáculo à categoria, com mais disputas e ultrapassagens. Do meu ponto de vista, acredito que a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) deve conseguir atingir esta meta, juntamente com outras duas importantes mudanças implantadas neste ano, a volta do pneu slick (que aumenta a aderência do carro) e o Kers (Sistema de Recuperação de Energia Cinética).

Em um ano com tantas novas variáveis, a confiabilidade dos carros tende a ser menor e isso pode provocar também alguns resultados inusitados, principalmente no começo do ano. Vários times tiveram sérias dificuldades de adaptação, como a McLaren.

Outro complicador em 2009 é que o regulamento não permite que os times façam treinos ao longo da temporada, o que torna muito difícil o trabalho de evoluir um carro, especialmente se ele não começa o ano de forma competitiva.

Isso também ajuda a equilibrar mais a disputa, já que os times de ponta costumavam abusar dos testes especiais. Eu mesmo cansei de fazer treinos toda semana para desenvolver novos componentes para a Ferrari quando era piloto de testes do time, entre 2002 e 2004.

Redução de testes significa menos gastos para todos os times, e, não tenha dúvida, esta foi a via de regra para todo mundo neste ano na F-1. Sim, o esporte mais caro do mundo também sentiu os efeitos da crise mundial. Patrocinadores saíram, salários foram reduzidos, enfim, a categoria top do automobilismo também teve que se adequar aos novos tempos: houve uma redução de 30% no orçamento médio dos times.

Para o torcedor, estes cortes no orçamento não afetarão em nada o esporte – as medidas mais drásticas estão sendo negociadas para a próxima temporada. Mas, se fazer previsões para 2009 já está difícil, imagine para 2010...

*Luciano Burti foi piloto titular e de testes da Fórmula 1 e hoje é comentarista da Rede Globo

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