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A preocupação com o estado de saúde de Jules Bianchi fez com que as notícias bombásticas do final de semana do GP do Japão ficassem em segundo plano. Também pudera: há muitos anos não se via um acidente grave desta maneira em uma corrida – talvez com semelhanças com o de Luciano Burti em Spa, em 2001. Por isso, a torcida é para que a recuperação do francês seja boa como a do brasileiro, que chegou a ficar em coma induzido.

Bianchi era uma das peças que poderiam se mexer com o anúncio da saída de Vettel da Red Bull e provável ida de Alonso para McLaren. O talentoso francês poderia ser até o novo companheiro do alemão caso Kimi Raikkonen resolvesse sair da Ferrari.

Quanto a Vettel, a saída da Red Bull parecia algo impossível para um piloto que está nas categorias de base com apoio da empresa de energéticos desde a época do kart, aos 12 anos. Mas, convenhamos, se até Lewis Hamilton saiu da McLaren, que também o criou desde a "infância" no automobilismo, o caso de Vettel não seria tão surpreendente.

E mais: em um ano tão difícil como tem sido para o tetracampeão, sendo ofuscado por seu jovem companheiro de equipe, Daniel Ricciardo, era hora mesmo de buscar novos horizontes. E quer desafio melhor para um piloto do que liderar uma equipe como a Ferrari?

Impossível não fazer a comparação com outro alemão que dominou sua era na F-1, Michael Schumacher. Com a diferença que Vettel já tem quatro títulos de campeão (contra dois de seu ídolo quando foi para a escuderia de Maranello). Em comum, os dois tinham a desconfiança de que só ganhavam porque o campeonato era "fácil": Schumacher, sem grandes adversários com a saída de Prost e Mansell e a morte de Ayrton Senna; e Vettel por ter sido campeão com um carro muito melhor do que o de seus concorrentes, como Alonso.

O casamento do espanhol com a Ferrari, por sua vez, nitidamente já vivia dias de crise: ele não pode se dar ao luxo de ter mais dois ou três anos sem ser campeão. Aliás, se Alonso voltar a conquistar o título, já vai bater o recorde na F-1 de quem mais tempo ficou sem campeonatos entre uma taça e outra.

Na McLaren, a parceria da Honda é o grande atrativo – a competência dos japoneses é reconhecida desde o domínio dos anos 1980, sobretudo no tricampeonato de Senna. Mas e como seria o relacionamento com a cúpula de um time que Alonso se envolveu de espionagem em pleno campeonato de 2007? Ron Dennis pode ter superado o trauma, sobretudo se tiver sido convencido de que, para o espetáculo da F-1, todas estas mudanças só deixarão o espetáculo mais forte em 2015. E quem seria capaz disso? Sim, ele mesmo, Bernie Ecclestone. Na F-1, não acredite em coincidências. Quando as peças parecem se encaixar com uma perfeição mágica, pode saber que o truque está sendo conduzido com maestria pelo famoso "Mister E."

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