“É um sonho, e sonho a gente persegue até o fim”

• 0

Você se sente decepcionado por não estar na Fórmula 1 em 2009?

Acho que a palavra decepção não cabe nesse caso, pois eu ainda estou no caminho da Fórmula 1. Vou competir na GP2 novamente, por uma equipe bem forte. Nos três primeiros dias de treinos coletivos que fizemos, eu fui o melhor nos dois últimos e fiquei em segundo no primeiro. Então, acho que minha candidatura está de pé e muito firme. Para me decepcionar, eu teria que ter fracassado nesse projeto pessoal, o que ainda não aconteceu. Para mim, ele foi apenas adiado. Claro, é um sonho, e sonho a gente persegue até o fim.

Chegou a negociar com outras equipes, além da Honda? Quais?

Negociei com outras equipes além da Honda, mas não posso citar, pois ainda temos vínculo, temos perspectivas de futuro. Para explicar por que não fechamos, vou citar o seguinte: 2008 foi o primeiro ano da história da Fórmula 1 no qual não houve troca de pilotos. Isso mostra como os contratos de patrocínio estão cada vez mais ditando quem vai ocupar as vagas. O nacionalismo e outros tipos de vínculo com viés comercial agora estão mais fortes do que nunca. E a chegada da crise só piorou tudo. Eu tinha convites para competir na IRL também, com salário e tudo. Depois da crise, as mesmas equipes me procuraram novamente. Mas agora solicitando que eu arrumasse patrocínio. Eu não tenho de onde tirar a quantidade de dinheiro que estão me pedindo.

As novas regras e as propostas de redução de custos podem abrir as portas para os jovens pilotos em um futuro próximo?

Isso sempre é bom. Mas a Fórmula 1 mudou com relação ao que era há 10, 20, 30 anos. Hoje, tudo lá é, como gostam de dizer, "business". Reduzir custos é fundamental. Hoje se sabe que a Fórmula 1 como esporte precisa se reinventar para continuar sendo o principal show esportivo do planeta.