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Barrichello: "Eu nunca deixei a Fórmula 1. Apenas tirei quatro meses de férias" | Divulgação / Brawn GP
Barrichello: "Eu nunca deixei a Fórmula 1. Apenas tirei quatro meses de férias"| Foto: Divulgação / Brawn GP
  • Primeiros testes da Brawn GP em Jerez De la Frontera, na Espanha, surpreenderam e criaram grande expectativa

O ano de 2008 foi complicado para o brasileiro Rubens Barrichello. Apesar de ter voltado a marcar pontos (depois de uma temporada toda, em 2007, sem pontuar) e de ter se tornado o piloto com mais participações em corridas da história da Fórmula 1, ele sofreu com a inconstância do seu Honda e ficou sem saber o que o futuro lhe reservaria na categoria mais importante do automobilismo mundial.

Apesar de ser piloto de F-1 há 16 temporadas, fez testes, como se fosse um novato, ao lado de outros dois brasileiros (os jovens Bruno Senna e Lucas di Grassi), sendo praticamente excluído desta disputa por uma vaga na categoria e passou a ver a aposentadoria forçada cada vez mais próxima. Tudo piorou ainda mais quando a Honda anunciou falência e abandou os projetos para continuar nas disputas em 2009.

Porém, tornando público um projeto que já vinha sendo trabalhado desde a metade de 2008, o até então diretor esportivo da Honda, Ross Brawn, anunciou a compra da equipe, revelou o projeto de um carro totalmente novo (com motores Mercedes) e surpreendeu ao confirmar sua dupla de pilotos: Jenson Button e Rubens Barrichello. O brasileiro passou de virtual aposentado a piloto titular da mais nova equipe da Fórmula 1.

Os primeiros testes da Brawn GP a elevaram ao posto de "surpresa" da temporada, deixando as até então favoritas Ferrari, Toyota e Renault de olhos bem abertos. O desempenho do carro, entretanto, não surpreendeu a Barrichello, que se mostra satisfeito.

"Apesar de ter passado quatro meses de espera, a verdade é que nunca deixei de ser piloto de F-1". Agora, "com a faca nos dentes", o piloto brasileiro espera uma temporada de emoções renovadas.

Atendendo, por e-mail, a vários jornais do Brasil e do mundo, inclusive a Gazeta do Povo, Barrichello falou sobre a chegada da Brawn GP, do tempo em que ficou "de férias" e sobre o GP da Austrália, corrida que abre o calendário 2009 da Fórmula 1. O material foi divulgado pela assessoria de imprensa do piloto. Confira a seguir a íntegra da entrevista:

1) Como está a ansiedade para a primeira corrida do ano?

Rubens Barrichello: O GP da Austrália é um dos meus circuitos favoritos do calendário e a atmosfera em Albert Park durante a semana da corrida é sempre fantástica. Será realmente empolgante voltar este ano com a nossa nova equipe e com um carro competitivo na minha 17a temporada na Fórmula 1. Depois de um longo período de espera, estou extremamente motivado para correr de novo e de olho nos desafios que temos pela frente.

2) Como você encara esse momento de expectativa em cima da Brawn GP?

Acredito que os sete dias de treinos do BGP 001 foram bem aproveitados. Estou bem confiante e supermotivado, por isso digo que vou com a faca nos dentes. Mas temos de esperar para ver o que acontecerá em Melbourne. É certo dizer que o carro nasceu muito bem e foi desenvolvido desde o meio do ano passado. Tudo que mudamos nele (carro) durante os treinos a resposta na pista é do jeito que queríamos. Por isso, falamos que é um bom carro. Agora, por tudo que envolve o nascimento da Brawn GP, é normal as pessoas criarem essa expectativa.

3) Como está a adaptação ao fuso-horário da Austrália?

Cheguei quase uma semana antes da corrida justamente para me adaptar a essa mudança de horário. Estou treinando fisicamente durante a semana e fazendo uma alimentação planejada. Até sexta-feira, quando começam os treinos livres, já estarei bem adaptado.

4) E o circuito?

O circuito de Albert Park é bem técnico e relativamente rápido para um circuito de rua, pois você usa cerca de 70% o máximo do acelerador em cada volta. Como é usado por carros normais antes de montar a pista, é preciso ter cuidado com as ondulações.

5) Será um sentimento especial iniciar a sua 17ª temporada na F-1?

Na verdade, será igual. Apesar de ter passado quatro meses de espera, a verdade é que nunca deixei de ser piloto de F-1. Foram quatro meses de férias, coisa que eu nunca tive na minha vida, mas que em certo momento me deu uma angustia. Fiz uma preparação física intensa, perdi 5kg e voltei a acelerar, a coisa que eu mais queria fazer. E ainda o carro é ótimo. Então, posso dizer que foi um presente de Deus.

6) O que a torcida brasileira pode esperar do Rubens Barrichello na F-1?

Pode esperar o Rubens muito motivado e vencedor querendo mostrar quem realmente é. O Rubens que meus amigos, família...as pessoas que convivem comigo sabem, mas grande parte ainda não conhece. Então, estou muito a vontade em falar e fazer as coisas que realmente traduzem a minha vontade.

7) Quais equipes você vê forte e que poderá ser uma dificuldade para a Brawn?

Acho que a Ferrari sempre andou bem nos treinos e com certeza será uma candidata as primeiras posições. Além dela, a Toyota, Willians e Red Bul andaram bem também, assim como a Renault. E embora a Mclaren esteja um pouco atrás no início, não podemos esquecê-la porque ela pode voltar a ser competitiva, principalmente, após as três primeiras etapas do ano.

8) As mudanças técnicas para 2009 ajudaram no desenvolvimento do BGP 001?

Será um campeonato interessante nesse sentido porque, no nosso caso, o BGP 001 se adaptou muito bem a elas. Muita gente me pergunta "como assim o carro nasceu bom"?. Esse carro está sendo projetado a 15 meses, então, ele foi muito bem estudado, sempre com a assinatura do Ross. A volta dos pneus slicks também me deixou bem contente.

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