Entrevista: "Adaptei-me rapidamente à nova Ferrari"
Há cerca de duas semanas, Felipe Massa concedeu uma entrevista à imprensa brasileira. Por intermédio da assessoria da Ferrari, foram coletadas perguntas com diferentes jornais do país, entre eles a Gazeta do Povo. Os questionamentos sobre o novo carro, Kimi Raikkonen, o Kers, a rival McLaren e outros assuntos foram respondidos integralmente pelo piloto. Confira os principais trechos desta entrevista em pool.
O favoritismo é de Felipe Massa
Brasil favorito ao título mundial pode até soar como um discurso ufanista, mas, nesta incógnita chamada F-1 2009, o nome de Felipe Massa está na pole position dos palpites de campeão. Até Bernie Ecclestone disse que apostaria seu dinheiro no brasileiro (e olha que mister Bernie costuma tratar bem suas "suadas economias").
O primeiro título mundial não veio por pouco. Mas a dramaticidade na última volta do GP Brasil do ano passado com Felipe Massa, apesar de cruzar em primeiro, vendo o inglês Lewis Hamilton conseguir, no aperto, o quinto lugar que precisava para ser campeão aproximou o brasileiro como nunca dos torcedores. Favorito ao título de 2009, ele começa a temporada sabendo que se tornou, de vez, um ídolo do esporte nacional.
Um peso ainda maior sobre o piloto. Mas para o qual ele garante estar preparado. "Sempre tive muita pressão. Quando entrei, muita gente falava que eu não merecia estar na Ferrari. Quando cometia um erro, todos lembravam do meu passado. Ah, porque o teu empresário é o Nicholas Todt, então você tá lá só por isso. Quando ganhei corridas, acharam ah, foi por sorte e não porque ele mereceu. Quando quase fui campeão em 2008 e o meu companheiro estava atrás, diziam que era o Kimi que tinha problema e não eu que estava bem", enumera.
Para Massa, o segredo é separar ao máximo a pressão do seu trabalho. "Faz parte da minha vida e não estou nem um pouco preocupado se eu vou ter mais ou menos", diz o piloto. "Não preciso mostrar nada para ninguém. Sou capaz de vencer."
Ele mesmo, porém, corrige a parte sobre não precisar mostrar nada a ninguém. Na condição de ídolo, revela preocupação com a própria imagem. "Tenho consciência total de que hoje sou um exemplo. É muito importante saber aquilo que você representa. Sempre procuro saber por blogs, por entrevistas, pelas pessoas na rua. Até para me policiar e melhorar. Saber o que posso, o que devo dizer, inclusive para ajudar as pessoas."
Talvez nem precise tanto esmero fora da pista. Levando o Brasil ao título do Mundial de F-1 depois de 18 anos, o piloto já terá correspondido aos anseios do torcedor brasileiro. Ele garante estar no ponto para ser campeão. "Me fortaleci muito na parte mental. Foi uma grande lição (o vice de 2008), que vai me deixar mais forte para lutar em qualquer momento em que eu estiver na pista."
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