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Piloto mais alto da Fórmula 1, com 1,85 metro, o polonês Robert Kubica reduziu seu peso de 73 kg para 69 kg | Divulgação
Piloto mais alto da Fórmula 1, com 1,85 metro, o polonês Robert Kubica reduziu seu peso de 73 kg para 69 kg| Foto: Divulgação

Sistema ainda causa receio nas escuderias

Grande novidade da temporada, o Kers (Sistema de Recuperação de Energia Cinética) não será utilizado por todas as equipes na primeira prova do Mundial. Apenas Ferrari, Renault e McLaren confirmaram antecipadamente a instalação do dispositivo.

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Se a ditadura da moda torna anoréxicas meninas que desfilam pelas passarelas do mundo, a da velocidade colocará no grid da Fórmula 1 (quase) esquálidos pilotos. Baixinhos, ou no mínimo magrelos, sempre tiveram vantagem. Mas a adoção do Kers (Sistema de Recuperação de Energia Cinética), engenhoca de cerca de 25 kg, sem alteração do peso limite do carro de 605 kg, está fazendo muitos passarem fome.

Pior para os mais altos, como o polonês Robert Kubica (1,85 m), o australiano Mark Webber (1,84 m), o alemão Adrian Sutil (1,83 m) e o inglês Jenson Button (1,81m). Nos bastidores, chegou-se a falar que Kubica teria baixado de 73 kg para 65 kg. O maior piloto da F-1, porém, parou ao perder 4 kg.

Ele sabe que, se emagrecesse mais, começaria a perder força. Uma temeridade para pilotos que em certas curvas têm de aguentar pressões gravitacionais maiores do que astronautas em decolagens de ônibus espaciais.

Tanto que Webber se recusou a perder um quilinho sequer. "Estou com 75 kg e não tentarei ficar mais leve, pois é assim que sou. Se alguém quiser que eu tenha 70, terá de fazer esse pedido a outra pessoa. Não pareceria inteligente", diz o australiano, admitindo, no entanto, que os adversários mais leves têm a alternativa de distribuir lastro pelo carro e ganhar equilíbrio. Por isso a maioria pensa diferente. Mesmo pilotos mais baixos, como o espanhol Fernando Alonso (1,71 m) e o inglês Lewis Hamilton (1,74 m) – que não chegam a ser um Felipe Massa (1,67 m), mais alto apenas do que o alemão Nick Heidfeld (1,64 m) –, decidiram entrar no regime.

Alonso caiu de 70 kg para 67 kg após uma rotina que, além de alimentação especial, incluiu quatro horas de ciclismo por dia. Um dos responsáveis pelo programa foi o fisioterapeuta Fabrizio Borra, acostumado a trabalhar com ciclistas, que têm o corpo exigido ao extremo. "Ele não pode perder mais peso porque, se isso acontecer, vai começar a ficar mais fraco", afirma.

Quem mais reclamou da nova regra foi o alemão Nico Rosberg (1,78 m e 70 kg). "Acho injusta porque os maiores e mais pesados terão uma desvantagem antes mesmo da largada", protestou, propondo um limite de peso variável, baseado na composição física de cada um. Como não foi ouvido, acabou tendo de fechar a boca também.

Afinal, apesar de convicções fortes como a de Webber, até quem chegou agora, caso do estreante suíço Sebastien Buemi, sabe que qualquer indisciplina na mesa pode fazer diferença na pista. "Dez quilos a mais dão um prejuízo de quatro décimos por volta", alerta o novato.

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