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Fernando Alonso, Jason Button, Lewis Hamilton e Felipe Massa cercando o heptacampeão  Michael Schumacher: os protagonistas da temporada 2010 | Sascha Schyermann/AFP
Fernando Alonso, Jason Button, Lewis Hamilton e Felipe Massa cercando o heptacampeão Michael Schumacher: os protagonistas da temporada 2010| Foto: Sascha Schyermann/AFP

Senna e equipe têm maratona para a estreia

Folhapress

"Vamos acelerar isso que eu tenho de pular do carro." Foi assim que o piloto brasileiro Bruno Sen­­na abriu ontem sua primeira entrevista em um final de semana de GP. O "pulo" a que se referia era o teste de fuga do cockpit exigido pela FIA, apenas mais uma das dezenas de coisas que o estreante e sua equipe, a também novata Hispania, estão tendo de fazer antes de colocar o carro pela primeira vez na pista.

Depois de ligar os motores pela primeira vez ontem, a equipe espanhola agora corre contra o tempo para tentar identificar eventuais problemas que possam surgir e impedir a estreia. "Já estamos na parte da montagem, hoje (ontem) testamos as marchas e fizemos o carro funcionar com todos os periféricos", disse Bruno, de 26 anos. "Estou tão empolgado que esse já me parece o melhor carro do mundo", brincou.

Adaptação

Rubinho se diz sossegado na Williams

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Exceto pela bronca que levou em seu primeiro dia de trabalho, Rubens Barrichello, 37 anos, diz que a transição da Brawn (hoje Mercedes) à Williams tem sido sossegada. "Tudo tem sido um aprendizado. Apesar da pré-temporada, cheguei aqui ao Bahrein e não conhecia muita gente. A sorte é que as camisetas têm nome", disse o brasileiro, que, mesmo tendo acampado com seu motorhome na fábrica do novo time, não escapou de um puxão de orelha.

"Na Williams, não tem margem para atraso. No meu primeiro dia, foram me pegar pelo colarinho no motorhome e me explicaram que os mecânicos trabalham a noite inteira e que precisam ser respeitados." Ru­­binho mostrou-se cauteloso. "Nos­­so carro é rápido, mas não te­­mos base de comparação com os outros. Precisamos esperar para ver em que grupo estaremos", completou.

  • Rubens Barrichello: atraso rendeu um puxão de orelha no primeiro dia de Williams

A relação, por enquanto, é respeitosa. Há entre seus colegas até quem o considere o melhor, mas a verdade é uma só: não existe piloto na Fórmula 1, hoje, que não deseje vencer Michael Schumacher, sete vezes campeão do mundo, nessa sua volta à competição pela Mercedes. Foi o que ficou claro, ontem, no circuito de Sakhir, onde hoje começam os treinos livres do GP de Bahrein, abertura da 61.ª temporada da categoria.

"Vencer um GP com Michael Schu­­macher na pista tem maior valor, e todos nós vamos tentar", afirmou Alonso, sentado ao seu la­­do, juntos dos outros campeões do mundo que disputam o Mun­­dial, Jenson Button e Lewis Ha­­mil­­ton, da McLaren, mais Felipe Mas­­sa, da Fer­­rari. Antes de dar o recado a Schu­­macher, o espanhol afirmou que será "impossível" al­­guém su­­perar as marcas do alemão. "Olhan­­­­do os números, vitórias, po­­le positions, campeonatos, acho que todos nós concordamos, Mi­­chael é o melhor de todos os tempos."

E até campeões do mundo em potencial, como o jovem alemão Sebastian Vettel, da Red Bull, que nunca escondeu manter até recentemente em seu quarto um pôster do "ídolo" Michael Schu­macher, também o vê, agora, apenas como adversário. "É um estímulo a mais (derrotá-lo)", afirmou. Já Hamilton lembrou que nunca correu contra Schumacher. Iniciou sua carreira na Fórmula 1 em 2007 e o alemão a abandonou em 2006. "Com um currículo como o de Michael todo piloto se sentiria bem em superá-lo."

Com os concorrentes sentados ao seu lado, Schumacher respondeu como encara o desafio de ser o piloto a ser vencido. "Quando eu cheguei à F-1 [em 1991], não tinha certeza de que poderia ganhar de quem já estava aqui e compreendi, depois, que era possível", disse. Nessa época, corriam Ayrton Senna, Alain Prost, Nelson Piquet, Nigel Mansell, dentre outros. "Não há razão para alguém não se sentir capaz de me vencer, mesmo porque esses pilotos que vão estar no grid domingo são altamente talentosos", afirmou. "Tenho grande respeito por eles."

Schumacher falou mais sobre o que aguarda nesse seu retorno à F-1, depois de sentir de perto que a concorrência quer de toda forma impedir que, aos 41 anos, se imponha como fez no tempo de Ferrari. "Há quatro equipes principais, portanto oito pilotos com possibilidades de vitória. Sete deles me cercando. Tenho realmente de considerar todos e quatro estão sentados ao meu redor agora."

Há um consenso entre os pilotos de que Ferrari, McLaren, Red Bull e Mercedes vão disputar o título prova a prova. Seria ruim para os sete se Schumacher os vencesse? Alonso respondeu: "Vamos trabalhar muito para impedí-lo de ga­­nhar muitas vezes. Vimos nos testes, porém, que será bastante difícil que uma equipe apenas possa vencer toda corrida."

Schumacher ouvia tudo com semblante de quem está pensando: "Espere até a competição co­­meçar." O amigo, Massa, ou "irmão mais novo", como o chama Schu­­macher, tocou no seu macacão branco e o lembrou: "Você está muito motivado. Já está usando de novo um macacão." O brasileiro disse ter ficado sabendo do retorno de Schumacher no evento de kart que promove em Florianópolis, em novembro do ano passado.

O primeiro ensaio real do confronto Schumacher contra todos será amanhã, na classificação para o grid do GP de Bahrein. Hoje, nas duas sessões de treinos livres, sob calor intenso, as escuderias continuarão a não dar todas as indicações de seu verdadeiro potencial.

Ao vivo

Treino livre do GP do Bahrein, hoje às 8 h e amanhã às 5 h, no SporTV

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