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O ex-presidente do Atlético, Marcos Malucelli, se diz vítima de perseguição política no Rubro-Negro. | Antônio Costa/Gazeta do Povo
O ex-presidente do Atlético, Marcos Malucelli, se diz vítima de perseguição política no Rubro-Negro.| Foto: Antônio Costa/Gazeta do Povo

O ex-presidente do Atlético entre 2009 e 2011, Marcos Malucelli, foi excluído do quadro associativo do clube. Além de não poder se candidatar a nenhum cargo, para acompanhar um jogo do clube do qual era sócio desde 1963 o ex-dirigente agora precisa comprar ingresso. O motivo da punição foi a contratação do atacante uruguaio Morro Garcia, em 2011, por US$ 3,5 milhões. (Veja no fim da página infográfico com o histórico de Morro no Furacão)

Em um processo conduzido na Câmara de Ética e Disciplina do Furacão, o ex-dirigente respondeu por não respeitar o artigo 78 do Estatuto do clube, que diz que cabe ao conselho administrativo “autorizar os diretores a contrair obrigações em nome do Clube Atlético Paranaense de valor superior a R$ 1 milhão”. Como o contrato foi assinado no Uruguai pelo então diretor de futebol, Alfredo Ibiapina, e pelo consultor jurídico, Gil Justen, sem passar pelo superintendente Renato Requião Munhoz da Rocha e pela diretora financeira Maria Aparecida Gonçalves, a câmara sugeriu a exclusão, aprovada pela mesa do Conselho Deliberativo.

“Essa decisão foi injusta. Eu sou associado há mais de 50 anos e nunca tive um processo contra mim. Trata-se de perseguição política”, defende-se Malucelli. “Vai ver eles estão com medo que eu queira me candidatar [a presidente no final do ano]. Mal sabem que eu quero é ficar longe disso”, acrescenta.

Quanto ao motivo usado para que ocorresse a exclusão, o ex-dirigente lembra que muitas contratações são de mais de R$ 1 milhão e não passam pelo Conselho Administrativo. “Qualquer jogador, por exemplo, que assine um contrato de três anos recebendo R$ 50 mil por mês, custará ao clube R$ 1,8 milhão”, argumenta. “Se cada vez que tiver de trazer um jogador precisar convocar o conselho, você perde o jogador”, afirma.

Segundo Malucelli, ele teve direito a defesa. Dos três votos, um foi por suspensão de 180 dias, outro para um ano de suspensão e o terceiro para exclusão. O presidente da Câmara de Ética, Dionísio Banaszewski, optou por seguir a exclusão.

Procurado pela reportagem, Banaszewski disse que foram dois votos para exclusão. “Eu não posso falar muito, tem o sigilo ético, mas foi uma conclusão em cima dos autos”, argumenta, negando a perseguição ao ex-presidente. “Não tem nada político. Seria assim com qualquer outra pessoa, foi uma decisão técnica”, diz. O presidente do Conselho Deliberativo, Antônio Carlos Bettega, também foi procurado para comentar a decisão que referendou o julgamento do Câmara de Ética, mas disse que não poderia falar.

Com três dias para recorrer ao Conselho Deliberativo, Malucelli ficou em dúvida, mas decidiu recorrer. “Que manda no conselho? Isso me parece mais um jogo de cartas marcadas”, admite. “Mesmo assim, é melhor eu me expor e falar tudo o que eu acho, porque fica gravado e registrado. É melhor isso do que eu me omitir, mesmo que eu seja hostilizado. Não vai ser fácil”, prevê.

Caso mude o conselho nas próximas eleições, o novo grupo pode também retirar a punição de Malucelli.

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