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Nas escalações ideais de Atlé­tico e Flamengo no início do ano eles dificilmente seriam lembrados pela torcida. Éderson era aquele tipo de jogador que passava mais tempo emprestado do que no próprio Furacão. Hernane funcionava como um paliativo até a contratação de um atacante de peso pelo Urubu, o que aconteceu com a vinda do boliviano Marcelo Moreno.

A temporada, porém, traçou um paralelo entre ambos. Com gols em profusão, eles se tornaram referências dos finalistas da Copa do Brasil. Artilheiros até então sem grife, mas que na decisão de amanhã, às 21h50, na Vila Capanema, são as principais esperanças de atleticanos e flamenguistas.

Líder de bolas na rede do Brasileiro, com 17, o cearense Éderson só despontou graças à chance oferecida por Ricardo Drubscky. O ex-treinador do Furacão o conhecia das categorias de base do CT do Caju e decidiu apostar no avante de 24 anos antes que um novo ciclo de transferência começasse. Ceará, Ponte Preta, ABC e Sport queriam o baixinho por empréstimo.

"Eu disse que também o queria e o trouxe [para o grupo principal]. Então ele começou a treinar conosco", conta Drubscky, hoje sem clube.

Em um momento em que a palavra de ordem era economia de dinheiro em contratações, o camisa 77 preencheu a lacuna de forma perfeita. Não havia garantia nenhuma de que seria um artilheiro, mas a resposta veio com gols – média de um a cada dois jogos.

"A maior virtude foi que ele desabrochou. Assim, foi se sustentando [no time] e sustentando minha ideia [de escalá-lo]. Conseguiu seu espaço, subiu degraus e agora é um grande atacante", elogia Drubscky, demitido em julho para a vinda de Vag­ner Mancini.

Nordestino assim como Éderson, o baiano Hernane também despontou de maneira tardia. Revelado pela base do São Paulo, ele tem no currículo duas passagens pelo futebol paranaense. Em 2009, aos 23 anos, foi um dos 18 atletas emprestados pelo Tricolor ao Toledo Colônia Work.

"Ele não era titular no começo do campeonato, mas da metade em diante ganhou a posição e marcou gols", lembra o presidente do TCW, Irno Picinini.

O Brocador, como é chamado, terminou a competição com seis gols, na artilharia da equipe. O time do interior até tentou o reempréstimo para o ano seguinte, mas o camisa 9 foi para o Paulista de Jundiaí. Seu instinto artilheiro atraiu a atenção do Paraná, que o contratou na metade da Série B de 2011.

"Naquela época já dava para ver que tinha bastante potencial", diz Durval Lara Ribeiro, o Vavá, apontado pelo Tricolor para intermediar o negócio.

Só que a estada de Her­nane em Curitiba não deixou saudade. Como o jogador entrou na Justiça para rescindir seu contrato com o São Paulo, demorou muito para estrear e perdeu o ritmo de jogo. Mal fisicamente, balançou a rede apenas duas vezes em 17 duelos. Foi reserva de Giancarlo e Borebi.

"O esquema daquele time também não era feito para um centroavante. Até o Borges morreria de fome naquela época", justifica Vavá, minimizando o fracasso do atacante, que no ano seguinte brilharia com 16 gols no Paulista pelo Mogi Mirim.

Com 33 tentos pelo Fla­mengo, Hernane é o artilheiro do Brasil em 2013 ao lado de Magno Alves, do Sport. Com 13 jogos a menos, Éderson não está na mesma disputa, mas quer a Copa do Brasil para continuar mostrando que não é uma casualidade.

"Ele é muito técnico e trabalhador. O gol fica grande para ele", garante Drubscky, que transformou o desconhecido em titular e artilheiro do Atlético.

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