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Luiz Sallim Emed, vice-presidente do Atlético, é o candidato da situação para comandar o Rubro-Negro a partir de 2016. | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Luiz Sallim Emed, vice-presidente do Atlético, é o candidato da situação para comandar o Rubro-Negro a partir de 2016.| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Luiz Sallim Emed é o candidato à presidência do Conselho Administrativo do Atlético pela chapa de situação, CAPGigante. Aos 66 anos, o médico é vice-presidente do clube e busca a continuidade da atual gestão. “O Atlético já é um clube campeão, o projeto do Atlético já é campeão, a Arena é campeã, falta pôr a faixa”, diz.

O atual presidente, Mario Celso Petraglia, é o candidato da chapa situacionista ao Conselho Deliberativo. Segundo Sallim, o cartola ficará limitado ao trabalho com a CAP/SA – empresa gestora da Arena. “O Sallim vai ser o presidente. Isso tem que ser deixado bem claro”.

As eleições no Rubro-Negro estão marcadas para o dia 12 deste mês, na Baixada, e serão realizadas com urna eletrônica. O resultado sai no mesmo dia.

A CAPGigante enfrentará nas urnas a Atlético de Novo. O empresário João Alfredo Costa Filho concorre ao Administrativo. E o advogado Henrique Gaede é o candidato ao Conselho Deliberativo dos oposicionistas.

ENQUETE: quem vai vencer a eleição do Atlético?

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Em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, Sallim aborda os principais temas relativos ao Atlético. Comenta sobre política, patrimônio, finanças, gestão, futebol e atleticanismo.

VÍDEO: assista aos principais trechos da entrevista com Luiz Sallim Emed

GESTÃO

Qual será o papel de Mario Celso Petraglia?

É até importante o torcedor saber. O Mario não gostaria nem de ser o presidente do Deliberativo. Eu vou ter a liberdade de fazer. O que o Mario vai tocar é a CAP S/A. Ele é a pessoa que mais conhece, sabe todos os atalhos, o que fazer para o Atlético não ser comprometido. Então, futebol, Atlético Paranaense, Sallim. CAP S/A, Mario.

Como será a sua administração no Atlético?

Eu vou ser o presidente do Clube Atlético Paranaense. O Sallim vai ser o presidente. Isso tem de ser deixado bem claro. O jeito de fazer, a maneira de atuar, vai ser da minha cabeça. Claro que não será isolada, vou ouvir as pessoas, vou buscar o que for melhor para o Atlético. Assim que vai ser, do meu jeito. Nós já estamos modificando do meu jeito. Eu estou aqui, eu já atendi você, vou atender outras pessoas. Não por questão eleitoral, é da minha natureza. Sei lidar com as doenças, com os pacientes, e vou administrar os conflitos e a paixão atleticana. Pode confiar.

Como será o relacionamento com a imprensa?

Como a minha fala está sendo gravada, essa aproximação com a imprensa já começou a existir. Isso vai aumentar, vai ser possível a torcida atleticana receber as informações. Saber o que está acontecendo. Esse é meu jeito de agir. Nunca deixei quando diretor dos hospitais de atender, mesmo em situações complicadas, de catástrofes. Fiz isso. E assim vai acontecer no futebol. As pessoas gostam de saber o que acontece.

Sallim Emed junto com o atual presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, candidato ao Conselho Deliberativo.Pedro Serápio/Gazeta do Povo

POLÍTICA

A oposição reclama que a situação antecipou questões que deveriam ser melhor discutidas, caso da grama sintética etc. O Sr. concorda?

Claro que não, aquilo que for melhor para o Atlético nós temos de fazer. Esse conselho que eles estão chamando de Conselho Gestor, não pode depender de um ‘assembleísmo’. Eu acho isso, eu acho isso, o tempo passa. Eu disse em entrevistas anteriores que o Atlético estava buscando o gramado sintético. Aconteceu agora, não é nada eleitoreiro. Para o bem do Atlético. Com o gramado sintético, com as características do local, a umidade, a falta de sol, a grama não vai. Mesmo com tecnologia. O Atlético comprou um equipamento que a Fifa exigiu que gasta R$ 100 mil de energia por mês. Nós precisamos trocar. Vou esperar? Vamos tomar essa medida. Vamos jogar já no gramado sintético. Os testes mostram, o quique da bola, a rolagem. Vão reduzir as lesões. Não posso ficar esperando.

A oposição acusa a situação de empregar familiares do presidente Petraglia no clube. O que o Sr. pensa disso?

Eu vou ter a liberdade de fazer. O que o Mario [Celso Petraglia] vai tocar é a CAP S/A. Ele é a pessoa que mais conhece, sabe todos os atalhos, o que fazer para o Atlético não ser comprometido. Então, futebol, Atlético Paranaense, Sallim. CAP S/A, Mario.

Veja, é importante isso para mais uma vez esclarecer o episódio das cadeiras, que foi a empresa que é de propriedade do filho do Petraglia que fez. Todos os fornecedores passaram por uma tomada de preço. Vieram várias propostas, a escolha recaiu na melhor qualidade, no custo-benefício. Foi exaustivamente discutido. Apresentamos na assembleia, numa reunião com todo mundo. As pessoas têm de entender que o Atlético foi o clube que mais foi auditado, a Price [PricewaterhouseCoopers] analisou, outros órgãos analisaram, Sinduscom, o Crea, foi superauditado. Então não se pode ficar insinuando esse tipo de situação.

É possível contratar para o clube familiares de dirigentes?

Se de uma empresa de terceiros o preço é três vezes maior, e por casualidade tenho outro fornecedor, que conheço, vou optar por algo que é mais caro? É pouco inteligente. Não se pode ficar fazendo essas insinuações. O Atlético não é o que está acontecendo nessa Lava Jato. Por favor, parem de fazer isso, parem com essas insinuações, de acusar a honra das pessoas. Para mim, se eu estiver em uma discussão em um contraditório, vou responder falando como em um poema, mas se eu for agredido, ofendido, o máximo que farei é recitar palavrões.

Por que a chapa de oposição não deve comandar o Atlético?

Porque vai expor o clube a risco. Vou repetir, vai expor o Atlético a risco. Não por causa das pessoas. Para aumentar a base eleitoral, eles trouxeram pessoas para ganhar a eleição, de interesses diferentes, e aí vai ficar repartido, vai perder unidade. Temos exemplos de outros clubes em que isso aconteceu. Não se pode permitir isso. O torcedor atleticano é inteligente, não basta falar. A palavra seduz as pessoas, há insinuação, fica um glamour, vou fazer isso, aquilo. Tem quem fala que vai fazer e quem faz. A oposição está fazendo barulho, é um grupo mais jovem, e as pessoas estão imaginando que o resultado da eleição está assim. Não. A minha preocupação é essa. Sem nenhuma acusação. Mas são interesses. Um grupo que quer pegar uma parte. Esse é o risco.

FUTEBOL

Quais títulos o Atlético vai buscar em sua gestão?

Está prometido que nós seremos campeões do mundo no centenário. Isso é possível. Eu ouvi de um atleta experiente que a cada dois ou três anos nós temos de disputar a Libertadores; nós estamos chegando. Agora é que nós temos a estrutura, agora que vai começar, de fato. Nós tivemos dificuldades, não dá para fazer tudo ao mesmo tempo, bater o escanteio e ir cabecear. O Atlético vai buscar, não posso olhar curto, tenho de olhar lá na frente. Nós estamos preparados, o Atlético já é um clube campeão, o projeto do Atlético já é campeão, a Arena é campeã, falta pôr a faixa. É totalmente possível, basta acreditar. Não é sonho. Quem acreditava que nós teríamos um estádio desses? E nós temos, está aí, apesar de algumas pessoas não acreditarem.

O Sr. pretende estabelecer um teto salarial para os jogadores?

Não dá para ter um teto. Tem de tratar os diferentes de forma diferente. Os atletas que têm um melhor rendimento, oferecem melhores resultados, conseguem produzir melhor, sem dúvida têm de ganhar melhor. O Atlético tem um time em formação, quando tem uma disparidade muito grande, você cria certo conflito. A diretoria anterior trouxe o Kléberson ganhando 20 vezes mais, teve um desarranjo no elenco. Não vai ter um teto. Vamos estabelecer valores que todos fiquem satisfeitos pela produção.

O Sr. pretende ter um diretor remunerado no futebol?

É preciso ter uma pessoa que tenha vivência, um profissional experiente, é fundamental. Não estamos escolhendo nomes. Existe uma decisão se tem uma adequação com a filosofia do Atlético, o modelo do Atlético.

O candidato da oposição ao Conselho Administrativo, João Alfredo Costa Filho, deu entrevista à Gazeta do Povo na quarta-feira. Confira o que pensa e o que projeta para o Furacão o líder da chapa Atlético de Novo.

PATRIMÔNIO

O que o Sr. acha que a Arena precisa melhorar?

Sempre em cada situação, como pessoa, empresa, instituição, temos de aproveitar boas oportunidades. A Arena ainda não está pronta. Precisamos fazer a decoração. Nós precisamos tornar aquele estádio belíssimo ainda mais atraente. As pessoas ficam maravilhadas de assistir, visitar a Arena. Nós que saímos, vocês da imprensa, quando vão a outras cidades, é um orgulho. As pessoas vêm perguntar. O que precisamos fazer? É o boulevard, ter as lojas, as lanchonetes, ter uma decoração dentro do estádio, com painéis e outros instrumentos, materiais de comunicação que tenham as nossas cores. Agora, um lembrete, não pode ser tijolo, não pode ser cadeira. O que precisa é a alma viva, o torcedor atleticano colorindo o estádio. Dando vida, como foi contra o Flamengo. A alegria, a beleza de todo aquele espetáculo. É isso que vai acontecer com a Arena.

Qual o seu plano de exploração da Arena no conceito multiuso?

Até então a ideia era, é que o Atlético tenha uma participação, para que ele possa ter um maior e melhor rendimento. Só que tudo é muito dinâmico. Precisamos ver a partir de janeiro como vai se estabelecer. Nunca posso dizer que será essa a fórmula. Vão ter situações em que nós podemos fazer uma modelagem, outras situações que podemos ter uma forma diferente de participar. O que nós precisamos é que os shows aconteçam, que a Arena seja um centro de entretenimento, gastronômico, cultural, para que as pessoas convivam naquele espaço. Aquilo é a casa do Atlético, lá as pessoas têm de confraternizar, como um ponto de encontro, de alegria, de confraternização.

O Atlético vai buscar, não posso olhar curto, tenho de olhar lá na frente. Nós estamos preparados, o Atlético já é um clube campeão, o projeto do Atlético já é campeão, a Arena é campeã, falta pôr a faixa. É totalmente possível, basta acreditar. Não é sonho.

O Sr. vai encampar a construção da Areninha?

A Areninha, a modelagem do estádio, é própria. Não fosse assim, o Atlético estaria pagando para uma empreiteira, a OAS, 25 anos de todas as rendas. Essa oposição que está aí votou para ser dessa empreiteira. Foi uma decisão totalmente equivocada. Agora, na construção da Areninha, não sairá dinheiro do futebol, se tiver um parceiro que queira investir, vamos conversar. Mas, do futebol para a Areninha, Sallim fala, nenhum tostão.

O Sr. vai prosseguir com a disposição de que o acordo tripartite com prefeitura e governo do estado contemple o orçamento de R$ 346 milhões da Arena?

O acerto é tripartite, o Atlético, o governo do estado e a prefeitura. O Atlético e o governo do estado entenderam e interpretaram os valores e isso foi acordado. A prefeitura tem uma interpretação diferente. Mas, as negociações estão num ponto que certamente eles vão aceitar. Nós vamos para a tranquilidade dos torcedores, o Atlético não vai ficar com um deficit para não fazer o futebol. O Atlético terá recursos para fazer o futebol. Esse é o momento. Venha vestir a faixa conosco.

TORCIDA

Como foi pensado o ajuste no plano de sócios?

Veja, foi mantido esse preço para estimular o torcedor a ser sócio. Atrás do gol, que hoje existe o lado da Buenos Aires e da Coronel Dulcídio, será R$ 100. Tanto a Getúlio Vargas, quanto a Brasílio Itiberê, R$ 150. E esse valor, foi uma pesquisa, não foi da cabeça de ninguém. Com todas as dificuldades econômicas do país, precisamos modificar. E é importante dizer, R$ 100, nós vamos ter três jogos em média por mês. É R$ 33,3 o de R$ 100. De R$ 150, vai ser R$ 50. Uma coisa que estamos estudando e é muito interessante. O sócio que não puder ir ao jogo, se avisar o clube terá direito a receber, o clube vai depositar na conta dele o valor do ingresso. O Atlético não quer ganhar mais, ele quer um sócio fidelizado. Nós queremos ter os 40 mil atleticanos sócios lá dentro. Aqueles que não puderem ir vão receber diretamente na conta.

Quanto será o ingresso avulso?

Eu entendo que a oposição está fazendo uma medida eleitoreira. Permita-me a brincadeira, daqui a pouco virá o bolsa torcedor. O que vamos fazer é o equivalente a um jogo, em torno de R$ 50. Não está definido esse valor. Mas se o torcedor recebe R$ 50 vamos poder cobrar esses R$ 50. Mas precisa um estudo para a gente definir o valor exato.

Como será o relacionamento com as torcidas organizadas?

O que nós precisamos é transformar essa vontade da torcida que vai e extravasa para algum tipo de violência, nós precisamos fazer isso para canalizar para ações sociais. Eles fazem isso. Quando nós fomos suspensos, eles visitaram instituições de caridade, fizeram o papel deles. Isso que a gente quer. É assim que eu sei fazer, nós transformarmos o futebol, que tem um apelo social grande, como uma coisa belíssima, como está voltando a ser. É muito importante eles participarem conosco, mas dentro dos limites, ajudando a sociedade; é assim que nós queremos.

ATLETICANISMO

Como o Sr. começou a torcer para o Atlético?

Vim para Curitiba em 1969 quando entrei na faculdade de medicina. Nesse tempo, assistindo aos jogos, não me lembro com que time o Atlético estava jogando, mas lembro que foi um pênalti para o Atlético. Aumentou a minha frequência cardíaca, suei a mão, e aí vi que já era atleticano. Foi dessa paixão que surgiu esse agora torcedor que quer se presidente de todos os atleticanos.

Nós vamos gritar, vou fazer o esforço, o empenho, para poder gritar ‘é campeão’. E prometo um time que toda torcida vai poder dizer ‘é campeão’.

Qual o seu principal ídolo na história do Atlético?

Eu tenho um carinho e uma admiração por todos os atletas que passaram e contribuíram de alguma maneira para a grandeza do Atlético. Mas quero falar dos atuais. Meu ídolo é o Weverton, Walter e jovem Otávio. Certamente daqui a alguns anos serão outros que o Atlético já vem formando e certamente vão brilhar tanto ou mais do que os que passaram.

Qual sua vitória inesquecível?

O que mais mexeu comigo foi na decisão de pênaltis com Sporting Cristal [Libertadores 2014]. Fizemos o gol praticamente no último minuto, fomos para os pênaltis, saímos atrás e conseguimos aquela vitória brilhante. Arrepio até agora de naquelas circunstâncias ter obtido a classificação. É importante a gente ter emoção, ter essa alegria, é isso que a gente quer.

Qual foi sua maior tristeza com o Atlético em campo?

Tristeza não existe. Existe preocupação, de essa grandeza que o Atlético já conseguiu de repente não ficar no melhor caminho. A oposição, para aumentar essa base eleitoral, juntou pessoas de interesses diferentes, isso expõe o clube a riscos. Essa é a minha preocupação.

MENSAGEM

O que o Sr. tem a dizer para os sócios do Atlético?

Vou ser presidente de todos os atleticanos. Eu quero um Atlético vibrante, uma torcida orgulhosa de ser atleticana. E já disse, que o clube é campeão. Você é um campeão. Então, venha vestir essa camisa conosco. Nós vamos gritar, vou fazer o esforço, o empenho, para poder gritar ‘é campeão’. E prometo um time que toda torcida vai poder dizer ‘é campeão’. Com alegria, essa é a vontade, minha vida inteira foi aliviar sofrimento, que as pessoas saiam do hospital alegres, devolver para casa um cidadão são. Quero que o torcedor volte para casa orgulhoso, cheio de felicidade. É isso que vamos fazer. Vote CAPGigante.

“O projeto do Atlético já é campeão, falta pôr a faixa”, diz Luiz Sallim, candidato da situação

A Gazeta do Povo sabatinou Luiz Sallim Emed, candidato à presidência do Conselho Administrativo do Atlético pela chapa CAPGigante. Na conversa, o representante da situação fala sobre futebol, política, gestão, patrimônio, finanças etc. As eleições serão dia 12 de dezembro.

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