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Gol, o detalhe: passar em branco na defesa é o passaporte atleticano para o título da Copa do Brasil no jogo desta quarta-feira com o Flamengo | Albari Rosa / Gazeta do Povo
Gol, o detalhe: passar em branco na defesa é o passaporte atleticano para o título da Copa do Brasil no jogo desta quarta-feira com o Flamengo| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo

"Esse vai ser o gol do título." O vaticínio de Carlinhos Bala soava a provocação. Mesmo com a finalização certeira de Enilton no último minuto de jogo, a derrota por 3 a 1 para o Corinthians, no Morumbi, parecia decidir o título da Copa do Brasil de 2008 a favor to Timão. Não decidiu.

O Sport venceu por 2 a 0 o duelo de volta, na Ilha do Retiro, e ficou com a taça. Bala estava certo. O gol do Morumbi foi o do título. O último de um visitante no confronto de ida da final do torneio. Nas quatro edições seguintes, o campeão jogou o primeiro duelo no seu estádio, venceu sem tomar gol e deu a volta olímpica na casa do adversário. Algo que o Atlético tentará repetir – e o Flamengo evitar – no confronto que começa amanhã, às 21h50, na Vila Capanema.

Em 23 finais de Copa do Brasil, 13 tiveram vencedor no primeiro jogo. Sempre o mandante, que confirmou o título em dez oportunidades. Metade delas após construir um confortável 2 a 0 dentro de casa, jamais revertido na partida de volta. A primeira das cinco foi em 2005, na decisão entre o Paulista de Jundiaí, treinado por Vagner Mancini, hoje no Atlético, e o Fluminense.

"O Mancini sabia da importância de vencer o primeiro jogo dentro de casa sem tomar gol. A equipe soube lidar com essa tensão, principalmente na defesa. Sabíamos que, se não segurássemos lá atrás, a qualquer momento nosso ataque faria", relembra Fábio Vidal, lateral-esquerdo daquele Paulista que seria campeão com um 0 a 0 em São Januário.

Na atual Copa do Brasil, o Atlético começou apenas um duelo dentro de casa, o da semifinal, contra o Grêmio. Venceu por 1 a 0 e assegurou a vaga em Porto Alegre. Tanto Paulo Baier como Mancini exaltaram a importância de não ser vazado na Vila Capanema, discurso retomado para a final.

"A única coisa que não podemos ter em um jogo de Copa do Brasil é insegurança e indecisão. Além de você passar isso para o torcedor, também faz com que o time sinta. Qualquer detalhe é muito importante em um jogo onde um gol feito fora de casa pode ser decisivo", afirmou o treinador atleticano após a derrota por 4 a 0 para o Botafogo, pelo Brasileiro.

Chicão e André Santos, zagueiro e lateral-esquerdo do Flamengo, respectivamente, viveram os dois lados da moeda com o Corinthians. Em 2008, deixaram escapar o título por causa do gol de Enilton. Em 2009, deram a volta olímpica após um seguro 2 a 0 sobre o Internacional, no Pacaembu.

"Tínhamos certeza de que faríamos pelo menos um gol na Ilha do Retiro. No ano seguinte entramos na final mais preparados e mordidos. A gente não admitia perder duas seguidas", lembra o ex-jogador William Machado, zagueiro e capitão corintiano nos dois anos. "Vencer o primeiro jogo sem sofrer gol é fundamental, pois coloca uma significativa pressão no mandante da outra partida. Exatamente por isso, alguns times travam dentro de casa, é comum você ver o visitante mais solto", prossegue.

Segundo William, esse aprendizado de Chicão e André Santos pode ser um fator de desequilíbrio na final. Ou pelo menos uma maneira de deixar o Flamengo mais próximo de um Atlético, na visão dele, mais encorpado para a decisão.

"Toda experiência conta numa decisão e o que o Chicão e o André Santos passaram vai ajudar muito o Flamengo. Ainda mais porque o Atlético chega melhor, pelo que fez na Copa do Brasil e no Brasileiro", afirma. Uma vantagem tênue, mas que o Furacão tenta ampliar amanhã com vitória e sem levar gol. Uma combinação quase irreversível na Copa do Brasil.

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