O auxiliar-técnico Leandro Ávila vai comandar o Atlético na partida contra o Corinthians na quarta-feira (21), às 22 horas, no Canindé. Membro da comissão permanente do clube, com um currículo como auxiliar no Sport e Portuguesa e técnico do CFZ-RJ e Torreense de Portugal, ele vai substituir interinamente o ex-treinador Miguel Ángel Portugal, que pediu demissão nesta segunda-feira (19). A informação foi confirmada pelo presidente Mario Celso Petraglia em entrevista à rádio oficial do Furacão.
Até agora, porém, o mandatário rubro-negro não procurou nenhum treinador no mercado. Um reflexo da surpresa com o pedido de desligamento do espanhol. "Fomos surpreendidos e não pensamos ainda", admitiu. "Mas vamos continuar nossa busca."
O principal obstáculo nessa investida em um novo comandante é o dinheiro. Com as obras da Arena da Baixada para a Copa levando grande parte do cofre atleticano, os investimentos para o futebol foram reduzidos e hoje não há grana para trazer reforços ou contratar um técnico consolidado no mercado.
Segundo a assessoria do ex-técnico do Palmeiras, Gilson Kleina, ele teria sido pelo Atlético. No entanto, o salário volta a ser um empecilho. Ele recebia no time paulista R$ 200 mil mensais, bem acima do atual patamar do clube paranaense.
"O futebol só tem um planejamento que funciona: é grana, é dinheiro, é fluxo de caixa. Tínhamos planejado terminar o estádio em março de 2013 e não conseguimos. Como planejar alguma coisa sem nenhum tostão no bolso?", questionou Petraglia, expondo a difícil situação financeira pela qual o Rubro-Negro atravessa.
Diante dessa dificuldade orçamentária, o mandatário atleticano voltou a pedir paciência aos torcedores. Não sem criticar fortemente grande parte da torcida, que, segundo ele, tem prejudicado e interferido negativamente na equipe.
"Essa intranquilidade que a torcida tem passado aos nossos jovens jogadores, esta incompreensão, este combate, essa situação contrária, o tempo todo contra os treinadores, essa pressão de fora para dentro, nos deixa muito tristes e nos leva a uma insegurança no trabalho", continuou, recriminando aqueles que pediram a saída de Portugal no jogo-teste da Arena contra o Corinthians na última quarta-feira (14), quando o Atlético perdeu por 2 a 1.
Por enquanto, porém, não há nenhum sinal de que o time ficará mais qualificado para que a torcida deixe de criticar a partir das arquibancadas. Isso, se ocorrer, só depois da Copa. "Precisamos contratar, mas a janela do exterior só abre depois da Copa. Onde estão os jogadores que tenhamos condições de pagar? Não tem. E aqueles que queremos, os clubes não liberam", completou Petraglia.
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