• Carregando...
 | AFP
| Foto: AFP
  • O Mundial pode significar a saída de alguns atletas do país. Veja três fortes candidatos

O Campeonato Brasileiro 2010 será atípico. Por causa da Copa do Mundo da África do Sul, a disputa terá uma parada de 38 dias após a sétima rodada, de 6 de junho a 14 de julho. Nesse período, dependendo da posição em que estiverem na tabela, muitas equipes terão de refazer seus planejamentos ou criar estratégias para se manterem em alta. Mas não fica só nisso. A tendência é de que a disputa também perca mão de obra após o Mun­­dial, com o retorno ao futebol eu­­­­ropeu de jogadores renomados que chegaram ao país no Brasileirão do ano passado em busca de uma vaga na seleção.

O consultor Oliver Seitz, membro do Núcleo da Indústria do Fute­­bol da Universidade de Liverpool (Ingla­­terra), explica que dificilmente os clubes brasileiros terão condições de manter nomes como Ro­­binho, Adria­­no e Vágner Love após a paralisação da Copa. "Ne­­­nhum time brasileiro tem poder pa­­­ra segurar esses jogadores. A menos que o jogador queira realmente ficar aqui, recebendo bem menos do que poderia ga­­nhar na Europa", avalia Seitz.

Du­­rante a janela de negociações do futebol europeu, no segundo se­­mestre, o consultor diz não acreditar que a realização do Mundial tenha interferência significativa. O que deverá pesar realmente, e a fa­­vor da permanência dos jogadores no Bra­­sil, neste caso, é a crise econômica europeia – como exemplo, ele cita a Grécia, que, por causa da possibilidade de moratória, deve fechar seu mercado para os atletas do país pentacampeão mundial. "O jogador brasileiro está inflacionado e a crise tem atrapalhado as negociações para os clubes medianos da Europa. Por isso muitos jogadores devem optar por ganhar um pouco menos, mas continuar no Brasil", avalia.

Planejamento

Em termos de desempenho, a paralisação exigirá um planejamento minucioso dos clubes. Para as equipes que não vierem bem na competição, será a oportunidade de fazer ajustes. Já as que estiverem rendendo a contento, terão de trabalhar a mo­­tivação para manter o ritmo.

Para o técnico Caio Júnior, atualmente no Al-Gharrafa, do Catar, a pa­­rada é mais benéfica às equipes da parte baixa da tabela. Foi o que aconteceu com o Paraná comandado por ele em 2006, ano da Copa da Ale­­manha.

Naquele ano, a parada ocorreu na décima rodada. O Paraná já vinha bem, somando 15 pontos em 10 jogos. Mas foi depois do Mundial que o Tricolor deu a arrancada que ga­­rantiu a quinta colocação no Bra­­sileiro e vaga para a disputa da pré-Libertadores do ano seguinte.

Nos 28 jogos seguintes ao Mun­­dial, o Paraná somou 45 pontos, vencendo metade das partidas e alcançando 3 empates e 11 derrotas. "Vá­­rios jogadores estavam com problemas físicos no começo do Brasileiro. Com a paralisação, conseguimos re­­cuperá-los", recorda Caio Júnior.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]