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Técnico Paulo Turra, do Cianorte, não faz planos a longo prazo | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
Técnico Paulo Turra, do Cianorte, não faz planos a longo prazo| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

Operário pensa em pacote de dispensas

Diego Antonelli, especial para a Gazeta do Povo

A crise do Operário no ano em que celebra 100 anos de existência se agrava a cada jogo. Com apenas duas vitórias em 10 partidas no Campeonato Paranaen­­se, o Fantasma se vê seriamente ameaçado pelo rebaixamento. O empate em 2 a 2 na última rodada, em casa, contra o lanterna Iraty, deve desencadear mudanças no elenco. Ontem, membros da diretoria e da comissão técnica estiveram reunidos e pretendem anunciar hoje a dispensa de alguns atletas. "Possivelmente, teremos a saída de alguns jogadores", afirma o presidente Carlos Roberto Iurk.

Criticada pelo próprio presidente, a defesa tende a ser o principal alvo das mudanças. Um dos nomes citados por Iurk é o do zagueiro João Paulo. "Não sei o que está acontecendo com ele. Está entregando o ouro. Temos que resolver essa questão", pontua. Para tentar contornar a situação, o time deve apresentar nos próximos dias o zagueiro Neguette, de 34 anos, que estava disputando a 2.ª Di­­visão do Campeonato Mineiro pelo Poços de Caldas. O atleta também acumula passagens pelo Paraná, Botafogo e Atlético Mineiro.

Apesar do momento caótico do time, na décima colocação, com oito pontos, a apenas três do Paranavaí, penúltimo colocado, o presidente descarta qualquer perigo de rebaixamento. "No futebol tudo é possível. Confio de um modo geral no grupo e no treinador. Ainda vamos lutar para figurar entre os primeiros e conseguir vaga na Série D do Brasileiro", acredita.

Porém, a pífia campanha deste ano é incapaz de depositar qualquer esperança nos torcedores. "Não será uma vitória que irá tirar o time dessa situação. Tem de mudar o elenco como um todo", ressalta Ale­­xandre Hornung, presidente da torcida organizada Trem Fan­­tasma. O ataque é outro setor que preocupa a torcida. "Os zagueiros não conseguem marcar e o ataque não faz gol. O Ícaro, por exemplo, prende demais a bola e acaba com as jogadas de ataque", critica.

Durante a semana, membros da torcida foram até o treinamento do time protestar. "Mas parece que não deu certo. Em­­patamos com o lanterna. Os gran­­des culpados são os diretores. Não estão aptos a serem dirigentes de um clube de futebol", enfatiza o presidente da torcida.

  • Ícaro tem sido criticado pela torcida do Operário

Um pupilo de Tite e Luiz Felipe Scolari tem despontado no Paranaense 2012. Paulo Turra, 38 anos, técni­co do Cianorte, se considera um legítimo representante da escola gaúcha.

Com 38 anos (apenas quatro como treinador), ele está a uma vitória da final estadual. Líder do campeonato restando uma rodada para o fim do primeiro turno – domingo enfrenta o Arapongas fora de casa –, o ex-zagueiro não se deslumbra com a campanha, mesmo tendo recebido elogios até dos mestres.

Sua "diplomação" como atleta na cartilha gaúcha ocorreu em 2000, quando Turra, comandado por Tite, alcançou o título do Gauchão pelo Caxias, façanha responsável por colocar em evidência o nome do atual treinador campeão brasileiro. A campanha que desbancou a dupla Grenal também ajudou o ex-zagueiro a se transferir para o Palmeiras, onde completou sua formação sulista com o professor Luiz Felipe Scolari.

"Eu tenho a minha própria filosofia, mas até hoje eu falo com eles pelo menos uma vez por mês. São pessoas experientes, é bom ouvir a opinião. Eles dizem que estão felizes acompanhando o meu trabalho", admite Turra, citando ainda Muricy Ramalho, com quem fez um estágio como auxiliar-técnico em 2009, e Ademir dos Reis, sua influência quando era juniores.

Além de Palmeiras e Caxias, o ex-zagueiro passou por times como Botafogo e Avaí, onde encerrou a carreira em 2007. Já como treinador, o gaúcho de Caxias do Sul comandou Novo Hamburgo, Brusque e Brasil de Farroupilha. Agora, mesmo diante da destacada campanha do Leão do Vale, ele garante que nada mudou.

"Não faz diferença [a liderança]. A nossa conduta vai a ser a mesma", conta. "O futuro do treinador é o dia de amanhã, o próximo jogo. No Brasil, o técnico pode ir do céu ao inferno em 90 minutos. Não me iludo", assegura.

Para Turra, é cedo para projetar algum trabalho em um clube maior no futuro. "O planejamento do técnico é sempre o próximo dia", reitera, consciente de que tem conseguido bons resultados contra treinadores mais experientes em Paranaenses, como Lio Evaristo e Itamar Bernardes. "O futebol é mundial. Não é porque eles trabalham há mais tempo no estado que levam vantagem", diz.

RegulamentoContradição persegue o Leão

O Cianorte só depende de uma vitória sobre o Arapongas, domingo, para garantir o título do primeiro turno. Curiosamente, caso alcance a façanha o clube estará impedido de ser considerado o campeão do Interior.

Mesmo que vença a final da disputa, outra decisão terá as duas equipes de fora da capital com melhor campanha geral. E, ao vencedor, será dado o único prêmio financeiro do Estadual: R$ 50 mil. Ao Cianorte, restaria o troféu de campeão, ou, se for segundo, medalhas.

"Dinheiro é bom. Mas nossos objetivos vão além", afirma o presidente do clube, Marco Antônio Franzato. "Temos planos de nos transformarmos em empresa e um título ajudaria. O dinheiro viria em publicidade e outras ações."

Para o vice da Federação, Amilton Stival, a parte financeira pode vir antes. "Se vencer agora, já terá a vaga na Copa do Brasil. E poderá ganhar com a renda da final", analisa.

Esta poderá ser a segunda vez que contradições no regulamento prejudicam o Cianorte. Em 2011, o clube foi o campeão do interior ao vencer o Operário, mas não levou a vaga para a Copa do Brasil e Série D, que ficou com o Fantasma.

A culpa foi a falta de padrão nas regras. Os clubes que chegam à final são considerados o primeiro e o segundo na classificação. Não se leva a campanha em conta. No caso da final do interior, para definir o terceiro e quarto é o inverso: independe do resultado da decisão, é considerada a pontuação anterior.

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