Opinião
Coritiba, um time lento
Um time lento e previsível. Assim tem sido o Coritiba nestas duas primeiras rodadas do segundo turno do Paranaense. Da mesma maneira como havia sido contra o Toledo, na quinta-feira, ontem, no confronto contra o Corinthians-PR, o Alviverde pareceu que não entrou em campo.
Se não fossem os dois gols de cabeça, "achados" no fim do primeiro tempo, a equipe do técnico Marcelo Oliveira teria ido para o intervalo sem criar nenhuma chance clara de gol. Na segunda etapa, salvo uma bola na trave de Marcel, novamente a ineficiência ofensiva e a falta de criatividade foram as marcas do time coxa-branca.
O time precisa encontrar uma maneira mais veloz de jogo. Mesmo com Lincoln e Éverton Ribeiro em campo, dois homens de articulação, a equipe não conseguiu chegar com convicção ao ataque. O nome de Roberto começa a aparecer como a salvação da apatia alviverde.
Cícero Bittencourt, repórter
"Família"
Capitão da equipe, o zagueiro Pereira pregou a união do elenco para superar os problemas. Autor do primeiro gol do Alviverde contra o Corinthians-PR, o xerifão da defesa coxa-branca fez questão de deixar claro que os jogadores estão cientes e preocupados com o futebol que o Coritiba tem mostrado à torcida nas últimas rodadas. "Aqui somos uma família. Os jogadores sabem que não estão jogando como podem, mas as dificuldades a gente resolve internamente. Temos de trabalhar bastante para voltar a apresentar um bom futebol", ponderou.
Ainda sem convencer, o Coritiba vai, aos trancos e barrancos, tentando encontrar uma maneira de interromper a apatia que o time vem demonstrando dentro de campo nas últimas partidas.
Ontem novamente a equipe sofreu para vencer. Com um 2 a 1 suado, o Alviverde derrotou o Corinthians-PR, no Janguito Malucelli, e só não saiu vaiado de campo porque os 113 torcedores que comparecem ao Ecoestádio não tinham voz suficiente para dar vazão aos protestos.
A nova má atuação foi tão evidente que os próprios jogadores admitiram o fraco desempenho. Na saída de campo, o volante Júnior Urso confessou que por pouco o adversário não chegou ao gol de empate.
"Foi difícil. Sofremos bastante. O Corinthians-PR colocou pressão no segundo temo, mas, mesmo com as dificuldades, o importante foi a vitória", declarou o volante.
O volante Gil, que teve a primeira oportunidade em sua posição de origem vinha atuando na lateral-direta fez um meaculpa da fraca atuação. "Estamos tendo dificuldades para sair da marcação dos adversários, isso dificulta, mas nós mesmos precisamos sair disso", afirmou o camisa 7.
As críticas da torcida ao setor ofensivo do Coritiba devem começar a ter consequências. Pela primeira vez, o técnico Marcelo Oliveira admitiu que os atacantes precisam começar a mostrar mais serviço e não descartou fazer modificações para as próximas partidas.
O recém-contratado Roberto e o lateral-direito Jonas são os favoritos para começarem como titular. "Precisamos melhorar do meio para frente. Temos jogadores para isso. Alguns atletas ainda vão ser integrados ao grupo e vão nos dar mais qualidade e opções de jogo", afirmou Oliveira, que fez aniversário ontem, completando 57 anos de idade.
Sem o meia Rafinha, suspenso pelo terceiro cartão amarelo, Marcelo Oliveira escalou uma equipe diferente. Apesar de ter aprovado o esquema, que teve três volantes, o treinador fez críticas à atuação da equipe. "O adversário ainda está tendo espaço para jogar. Precisamos ter mais equilibro para vencer com menos sofrimento", ressaltou.
O comandante coxa-branca comemorou o fato de a equipe ter a semana inteira para treinar. O Coxa só volta a entrar em campo no domingo, contra o Iraty, fora de casa. "Estamos errando muitos passes. Vamos corrigir isso durante essa semana e aproveitar para encaixar o time", garantiu Marcelo Oliveira.
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