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 | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Sem Mario Celso Petraglia, presidente do Atlético, a chapa de oposição a Hélio Cury provavelmente não sairia do papel. Ele e Rogério Bacelar, presidente do Coritiba, foram os avalistas de Ricardo Gomyde como candidato a presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), enquanto Rubens Bohlen, presidente do Paraná, preferia o advogado Juliano Tetto, que acabou ficando com uma das vices.

Mas se Petraglia ajudou a pôr de pé a chapa, também foi um dos responsáveis pela sua derrota. A alta taxa de rejeição do dirigente entre os times profissionais do interior e entre os clubes amadores acabou pesando na apertada eleição vencida, por 33 votos a 25 por Hélio Cury.

“Quem está por trás da candidatura do Gomyde é o Petraglia, que cansou de falar que os clubes amadores são um lixo”, afirmou Moacir Ribas Czeck, o Maza, presidente do Novo Mundo Futebol Clube, time da suburbana da capital. Antes de fechar Hélio Cury, ele chegou a ofecerer apoio à chapa de Juliano Tetto, mas desistiu quando o advogado uniu-se à Gomyde e, consequentemente, Mario Celso Petraglia.

Ivandel da Silva, presidente do Clube Recreativo Ipiranga, apoiador de Cury, resumiu como viu a candidatura de Gomyde. “Se ele se elegesse, não sairia no fim de semana para visitar o Trindade [Futebol Clube], visitaria o Petraglia.”

Gilberto Barros, vice-presidente do União Vila Sandra, também demonstrou simpatia por Gomyde. “Nada contra ele. Mas muitas pessoas que estão com ele fizeram mal ao futebol amador.”

O episódio com o Foz do Iguaçu também assustou alguns eleitores. Pressionado pelo Atlético a apoiar Gomyde, o time da fronteira perdeu cinco jogadores que estavam emprestados pelo Rubro-Negro, em parceria, após confirmar o suporte a Cury.

O Londrina, cujo futebol é gerenciado por Sérgio Malucelli, amigo de Gomyde, votou em Cury exatamente pela rejeição a Petraglia. “Não concordo com os apoios que o candidato da oposição vem recebendo, como o do Mario Celso Petraglia”, disse ainda no início da campanha.

Simbólica foi a conversa entre Malucelli e Nadim Andraus, no sábado (21) pela manhã, enquanto ocorria a votação. “Gosto muito do Gomyde, acho que ele deveria ser o presidente, mas o problema é o [Mario Celso] Petraglia”, disse Malucelli. “O Andraus também não gosta dele”, completou, brincando. Ex-parceiro do Atlético nas categorias base, Nadim riu.

“O Petraglia assusta muito. Não só clube do interior. Assusta tudo”, definiu Cury, questionado sobre o peso que estar em lado oposto ao do Petraglia teve para a sua reeleição.

Ativo nos bastidores da eleição, Petraglia não apareceu no dia da votação. Suspenso por ofensas ao árbitro do clássico com o Paraná, em fevereiro, não poderia representar o clube. Foi substituído pelo vice Luiz Salim Emed.

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