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Lolô Cornelsen segue na ativa aos 92 anos, mas não quer saber de futebol | Albari Rosa/ Gazeta do Povo
Lolô Cornelsen segue na ativa aos 92 anos, mas não quer saber de futebol| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Ayrton "Lolô" Cornelsen, 92 anos, autor do projeto original do Couto Pereira, ainda não conheceu a nova Reta da Mauá. Nem faz questão. Mas isso não tem nada a ver com o fato de o novo setor, batizado de Pro Tork, ser completamente diferente do resto do estádio. A bronca de Lolô é antiga.

O problema ocorreu na reformulação do projeto ainda no começo da década de 60, o que indigna até hoje o irmão do ex-presidente Aryon Cornelsen, que presidiu o clube entre 1956 e 1963. "Eu fiz o projeto inicial, para 80 mil espectadores. Eram duas bananas [onde hoje é a Social e a Mauá]. Mais alto no meio porque no pequeno jogo acumula mais ali e depois vai espalhando se a partida for maior", explicou o arquiteto, que segue trabalhando e sem pensar em se aposentar.

"Eu fiquei com muita raiva porque modificaram aquilo e não me convidaram para refazer a reformulação. Eu podia até processar o Coritiba por ele mexer em um projeto sem a consulta do arquiteto", admite Lolô, ausente do estádio há 40 anos. "Eles cortaram [a cobertura], fizeram aquela baboseira e esculhambaram com tudo", critica. "Eu nunca mais fui lá, apesar de ter duas cadeiras perpétuas que me deram na época", acrescentou.

O arquiteto na verdade tem uma história maior no rival Atlético, onde jogou como atleta de futebol, vôlei e basquete. Mas o destaque até internacional do profissional ocorreu pela arquitetura, sendo ele o responsável também pelas ideias iniciais do Pinheirão e do Mineirão, entre outras obras.

A ideia de fazer o projeto do Couto Pereira ocorreu após um pedido do irmão. "Não cobrei nada, pelo contrário, gastei dinheiro para burro para fazer aquilo. Gastei desenho, lápis, papel, cópias, aprovação na prefeitura, tudo pela minha conta. Aí cag... no estádio", reclama o arquiteto, para quem o responsável por "anarquizar tudo" foi o ex-presidente Evangelino da Costa Neves, que assumiu em 1967.

Quanto ao setor Pro Tork, Lolô disse que não viu nem imagens pela televisão e que preferia não dar uma opinião ao ver uma foto. "Precisa analisar vendo [ao vivo], circulando, com uma movimentação, se é de fácil acesso", afirma, para garantir na sequência que não pretende fazer isso. "Não tenho vontade [de conhecer]. Porque fiquei muito magoado", reiterou.

Hoje Lolô garante que não torce para nenhum time. Na verdade, quando a reportagem o encontrou em sua casa ontem, ele estava fazendo projetos de campos de golfe, que para ele podem incentivar o turismo paranaense.

"Nós poderíamos fazer o maior tripé turístico do planeta com Foz do Iguaçu, Prudentópolis, que tem águas termais e quedas de água, e a Ilha do Mel", argumenta, empolgado.

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