• Carregando...
Ruy começou a jogar futebol nas categorias de base do Coxa, mas acabou tomando outro caminho já como profissional. | Giuliano Gomes/Gazeta do Povo
Ruy começou a jogar futebol nas categorias de base do Coxa, mas acabou tomando outro caminho já como profissional.| Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo

A madrugada de quinta-feira (14) foi longa para o meia Ruy. A adrenalina do jogo contra o Fortaleza, com direito a um gol logo na estreia e a classificação à terceira fase da Copa do Brasil após uma impensada e interminável cobrança de 22 pênaltis, o deixou longo tempo acordado. O suficiente para desfrutar do regresso perfeito. Cria alviverde, o jogador não poderia escolher um script melhor para o retorno ao Alto da Glória.

“Foi como reatar o namoro. A relação dele com o Coxa é uma relação de amor. Por isso estava extasiado, eufórico depois do jogo”, contou o empresário Gustavo Sabino. “Ele estava muito feliz, realizado, nem conseguia dormir. Disse que não estava nem acreditando”, contou a esposa Bruna. Para completar o jogo cheio de referências pessoais para o meia, o coro de “Ruy! Ruy! Ruy” ao ser substituído com cãibras serviu como a melhor trilha sonora.

“Foi forte”, resumiu ele ao grupo de jogadores, ainda no vestiário, sobre a emoção.

A recepção das arquibancadas foi a mesma que ele recebeu ao acertar sua volta ao Coxa. Foi com muito carinho que antigos colegas da base e o estafe alviverde receberam o jogador, que começou no clube com apenas 13 anos.

O início promissor, quando foi avaliado como um atleta “extremamente qualificado” não deslanchou. “Pesou muito o lado emocional. Tinha um potencial gigantesco, mas faltou maturidade, comprometimento”, reconheceu o agente do jogador.

O comportamento diminuiu suas chances e ele perambulou por empréstimo. Em um deles atuou ao lado do atacante Rafhael Lucas, no Arapongas. Para o desespero de qualquer nutricionista, os dois dividiam a concentração regada a refrigerantes e salgadinhos, enquanto afinavam a amizade e a parceria em campo. Refeita na quarta-feira.

“O Ruy é diferenciado, faltava muito esse cara. Teve duas bolas que ele cruzou e não cheguei porque não esperava. Não estava recebendo bolas assim. Com entrosamento, vai dar uma boa dupla”, prevê o artilheiro coxa-branca com 14 gols na temporada.

O casamento, as filhas Nicole e Natalia, lado espiritual e a carreira fizeram um novo Ruy chegar ao Alto da Glória. Maturidade com o plus do título paranaense.

Presente em todas as partidas, ele foi um dos protagonistas da conquista do Operário. Decidida logo diante do clube do coração. Tanto que ele nem comemorou um dos gols marcados no Alto da Glória. “Todo mundo acha que é porque ele já estava acertado com o Coritiba. Não foi. Ele só ficou sabendo melhor do interesse do clube depois do jogo”, contou a esposa.

A decisão de não comentar as propostas visava preservar a concentração no jogo. Segundo o empresário, Ruy tinha negociações avançadas com outros clubes. Pesou a empatia com o Coxa em que, após 11 anos, enfim iniciou a trajetória que tanto desejou como profissional alviverde.

A reportagem tentou falar com Ruy, mas o Coxa orienta os atletas a não falar fora das janelas de entrevistas.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]