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O angolano Geraldo, um dos cinco alviverdes a participar de todas as conquistas desde 2010, comemora com a torcida: doce rotina | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
O angolano Geraldo, um dos cinco alviverdes a participar de todas as conquistas desde 2010, comemora com a torcida: doce rotina| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O jogo

O Atlético começou o jogo marcando bem e contou com a falha de Vanderlei para abrir o placar com Hernani. Mas, conduzido pelo talento de Alex, que marcou dois gols, o Coritiba melhorou em campo, acertou duas bolas na trave e fechou a vitória com Geraldo.

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Curitiba

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Os Estaduais podem até estar meio em baixa, mas um tetra não pode ser menosprezado. Se a sequência de títulos tiver sido construída sobre vice-campeonatos do arquirrival, então, ganha destaque eterno na galeria de qualquer clube. Com a volta de um grande ídolo, autor de 15 gols no campeonato, dois deles que abriram as portas para a vitória decisiva após um grande susto, vira um épico.

O Coritiba havia conquistado o tetra paranaense apenas uma vez, nos anos de 1971/72/73/74, em uma fileira que se estenderia até o hexa. No estado, apenas o extinto Britânia (1918/19/20/21) e o Paraná (1993/94/95/96) também conseguiram o feito. Em nenhuma das ocasiões o vice foi o mesmo.

Maior revelação do clube nos últimos tempos, Alex só nasceria três anos após o tetra de 1974. E iniciou a trajetória pelo Coxa nos anos 90, tempo de vacas magras, quando a torcida não tinha nem Estaduais para comemorar. Ele também não. Foi embora e construiu sua impecável carreira fora do clube de coração. Até o retorno no início deste ano, com 35 anos, para enfim conquistar seu primeiro título pelo Alviverde. Como o grande protagonista.

Do outro lado, o mesmo adversário superado pelos companheiros Rafinha, Vanderlei, Willian Pereira e Geraldo – os cinco tetracampeões legítimos – nos Paranaenses anteriores. E que só estava ali desta vez graças à superação de um time de meninos, o chamado sub-23. O que era desprezo do Atlético pela competição se transformou aos poucos na maior valorização possível. Para os garotos, o campeonato da vida. E o sonho pareceu muito real na primeira meia-hora da decisão de ontem. Até Alex mexer na história.

Coritiba soberano

Com vitória de virada sobre o time sub-23 do Atlético, Alviverde emenda quatro títulos consecutivos pela segunda vez e reforça hegemonia no Estadual

Fernando Rudnick

O palco da festa foi preparado na véspera do Atletiba de ontem, atrás do gol onde fica a torcida visitante no Couto Pereira. Nos últimos quatro anos, porém, não precisaria nem ter sido desmontado. A celebração sempre teve as mesmas cores.

O triunfo por 3 a 1 sobre o Atlético, de virada, aumentou para quatro o número de títulos paranaenses consecutivos do Coritiba. Comandado por Alex e repleto de personagens marcantes, o Coxa comemorou o tetra após 39 anos. Vitória de um time que soube superar as dificuldades do campeonato – e da própria partida – diante de um jovem e valente adversário.

"A equipe que leva um gol no começo sofre com uma certa insegurança. Mas equilibramos isso emocionalmente e alcançamos os gols e a virada", sintetizou o treinador Marquinhos Santos, 34 anos, mais jovem treinador na história a conquistar o Paranaense.

O ponto de turbulência foi o gol de Hernani (5/1º), em um erro gritante do goleiro Vanderlei. O chute de fora da área foi espalmado mansamente para dentro da meta. O resultado parcial dava a taça ao rival, que venceu o returno em uma arrancada surpreendente do sub-23 atleticano.

Campeão da primeira parte da competição, o Coxa não jogava bem até o capitão Alex empatar aos 29 minutos. A virada, aos 40, praticamente decretou a conquista. A torcida, que até o gol da igualdade demonstrava impaciência, não parou de apoiar após ver o ídolo marcar. O título foi para as arquibancadas. Com dedicatória e tudo mais.

"Dedico o título a mim, porque dedicando a mim fica também para toda a torcida coxa-branca", falou o camisa 10.

Quando o angolano Geraldo entrou em campo no segundo tempo, no lugar de Robinho, o Alto da Glória foi à loucura. Amuleto do time, o atacante, que havia sido fundamental na decisão de 2010 e ressurgiu garantindo o empate na primeira partida da decisão, na Vila Olímpica, foi à rede novamente e iniciou a festa.

"Falei para ele que no momento certo o colocaria para que pudesse ser o talismã", revelou o comandante.

Mesmo sem marcar, o argentino Escudero foi tão personagem quanto o africano. O zagueiro, que se envolveu em polêmica na internet após o primeiro duelo da final, era ovacionado a cada toque na bola. Faixas com a provocação publicada pelo jogador, com direito a erro grosseiro de gramática, balançavam em diversos pontos do Couto.

"Não sei se virei ídolo. Mas mostrei que sempre vou suar a camisa até a morte e que vim para ficar na história desse clube tão importante", desabafou.

Do banco de reservas, o defensor Pereira, líder do plantel fora de campo, resumiu os percalços até a conquista. De todas as quatro taças, essa foi a com pior aproveitamento: 72,2% – foram 81,6% em 2010, 93,9% em 2011 e 76,3% em 2012.

"Foi difícil. Mas mostramos que somos um time maduro, competitivo. Vamos comemorar um pouquinho e logo virar o foco para a Copa do Brasil e Brasileiro", fechou.

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