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Vice-presidente do Coritiba, André Macias está no centro da crise política do clube. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Vice-presidente do Coritiba, André Macias está no centro da crise política do clube.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Um relatório encomendado pelo Conselho Deliberativo do Coritiba promete deflagrar uma nova crise na cúpula Alviverde nesta segunda-feira (31).

Depois da polêmica sobre o vazamento de conversas de whatsapp entre dirigentes e conselheiros, que causou a demissão de dois funcionários, o clube vai apreciar o documento que irá tentar explicar detalhes sobre a doação feita pelo clube de R$ 200 mil para a malsucedida campanha do ex-deputado Ricardo Gomyde à presidência da Federação Paranaense de Futebol.

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O conteúdo pode ser um novo golpe no conturbado G5 do clube, que já trocou dois de seus membros em apenas nove meses de gestão – Ricardo Guerra e Ernesto Pedroso renunciaram – e tem a possível indicação de outros dois para o conselho de ética.

O documento mostraria que não há comprovação convincente do destino do dinheiro sacado das contas do clube por um dos vice-presidentes. Os integrantes da comissão tentaram incluir o assunto na pauta da reunião, mas não houve tempo estatutário hábil para isso.

Mesmo assim, garante o presidente do Conselho Deliberativo do clube, Pier Petruzziello, o grupo será ouvido e o relatório debatido no encontro. “Não posso incluir na pauta, pois não tive acesso ao relatório. Mesmo não incluído o relatório será lido pela comissão”, garantiu.

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A comissão foi formada pelos integrantes do Conselho Fiscal do clube, mais três conselheiros de oposição à atual diretoria. O conteúdo do relatório é mantido em sigilo e só será levado ao conhecimento dos conselheiros durante a Assembleia.

Para Petruzziello, a explicação dada pelo presidente Rogério Bacellar na última reunião é satisfatória. “Acredito na palavra do presidente, que é muito sério, que se dispôs a explicar tudo sobre o que aconteceu com o dinheiro, que inclusive já retornou ao clube” explicou.

Bacellar afirmou se tratar de um investimento do clube na potencial nova gestão da FPF. Como Goymde não venceu, ele decidiu devolver o dinheiro. No entanto, tal atitude só foi tomada após surgirem os questionamentos sobre a origem e o destino dos R$ 200 mil.

Conforme apurou a reportagem, o relatório teria acusações contra o vice-presidente André Macias. O dirigente desqualifica o que chamou de um movimento de oposição que quer minar o bom ambiente do clube.

“O dinheiro voltou para o clube e todos os comprovantes da sua utilização durante a campanha foram protocolados no Coritiba”, disse.

Segundo informações colhidas durante a apuração de fato alguns comprovantes, sem garantia de origem, foram enviados ao clube. No entanto os valores não chegam aos R$ 200 mil, permanecendo uma quantia de aproximadamente R$ 70 mil sem comprovação de destino. Na sexta-feira foram enviadas novas notas fiscais, mas o valor não chegou a ser contabilizado.

Apesar de desconhecer o conteúdo do relatório, Macias garante que irá responsabilizar seus autores caso haja qualquer tipo de acusação contra o clube e contra seu nome. “Se houver este tipo de insinuação, irei responsabilizá-los nas instâncias cabíveis. Se quiserem discutir política, daqui dois anos têm eleições. Não é hora de criar factoides para tumultuar”, afirmou.

Petruzziello garante que se houver qualquer prova documental que desperte dúvidas sobre a lisura do processo de empréstimo e devolução dos R$ 200 mil, o conselho irá abrir uma sindicância interna. “Vamos supor que o relatório aponte de forma clara que houve desviou de dinheiro ou coisa parecida. Aí vamos abrir um processo para investigar a fundo. Se não, a própria mesa do conselho arquiva o caso, morre o assunto e o Coritiba segue sua vida”.

Um grupo de torcedores do Coritiba promete uma manifestação, intitulada ‘Lava Jato Coxa-Branca’, para protestar no Couto Pereira durante a reunião, marcada para as 19 horas. A mobilização é encabeçada pelo grupo RCC (Rede Coxa de Comunicação), com base nas redes sociais. De acordo com um dos idealizadores do movimento, o empresário Murilo Pietrochinski, a intenção do grupo é cobrar da direção providências em relação às conversas vazadas na internet e também sobre a doação a Gomyde.

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