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Tcheco deixa de ser o auxiliar para ser o técnico principal do Coritiba na luta contra o rebaixamento | Henry Milleo/Gazeta do Povo
Tcheco deixa de ser o auxiliar para ser o técnico principal do Coritiba na luta contra o rebaixamento| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

Lesões em excesso

A infinidade de lesões segue como uma das principais vilãs do Coritiba. No sábado, na derrota para o Criciúma (2 a 1), o Coxa contava com o retorno de Robinho, peça importante da equipe, recuperado de dores musculares que o impediram de enfrentar Portuguesa e Corinthians. O meia, entretanto, atuou por apenas 23 minutos e foi substituído por Vítor Júnior. Culpa de nova lesão. Ao todo, 25 jogadores do elenco já frequentaram o departamento médico em algum momento da competição. "Seria cômodo apontar situações que não deram certo. Mas, indiscutivelmente, tivemos uma série de lesões que nos atrapalharam bastante", comentou Paulo Thomaz de Aquino, vice-presidente do clube.

Para fugir da degola nas três rodadas derradeiras do Brasileiro, o Coritiba apostou em um fato novíssimo. Para o lugar do técnico Péricles Cha­­musca, demitido ontem à tarde, o clube escolheu Tcheco, um estreante na função.

"Não poderíamos esperar sentados e tomamos uma atitude. Optamos pela mudança para criar um fato novo", resumiu o presidente Vilson Ribeiro de Andrade, recorrendo ao velho clichê dos clubes desesperados na tabela.

Contratado por 47 dias, Chamusca dirigiu a equipe em 11 confrontos, com três vitórias, um empate e sete derrotas – aproveitamento de 30,3%. "Lamento não ter conseguido. Gostaria de continuar nessa luta, mas aceito a decisão", declarou o ex-treinador, ao site oficial do clube.

Mudança emergencial em um cenário delicado. De líder por três rodadas e postulante à Libertadores no primeiro turno, o Coxa entrou ontem pela primeira vez na ZR, na 17.ª colocação, com 41 pontos – no sábado, foi batido pelo Criciúma, concorrente direto, por 2 a 1. A marca para afastar a Segundona é 47 pontos.

E para escapar, segundo Andrade, vale a superação: "Em três jogos o que importa é ter liderança e o grupo aceitar. Ninguém muda nada, não vai mudar conceito tático. E o Tcheco viveu o campo, tem personalidade e é respeitado". Por onde jogou, o curitibano foi capitão, incluindo as duas passagens pelo Coxa.

Com 37 anos, o ex-meia fará diante do Internacional, no próximo domingo, em Caxias do Sul, a sua primeira partida à beira do gramado – depois será a vez de pegar o Botafogo (casa) e São Paulo (fora). Contará com o suporte de outros profissionais do clube, como o também auxiliar Marcelo Serrano.

Experiência inédita para quem pendurou as chuteiras em junho do ano passado. Logo após o anúncio da aposentadoria, o ex-meia emendou outra carreira no futebol. Estagiou para ser gerente, mas desistiu de enveredar pela atividade burocrática de registros e contratações.

O lado jogador pesou e Tcheco pôs a prancheta debaixo do braço e passou a acom­panhar Marquinhos San­tos, mantendo a proximidade com a bola e o vestiário. Ao término do Nacional de 2012, o Alviverde fechou na 13.ª colocação.

Ainda no encerramento da temporada, a diretoria definiu que o clube utilizaria uma formação sub-23 na largada do Paranaense e Tcheco assumiria o time. Entretanto, a estreia como comandante fora das quatro linhas acabou frustrada. Marquinhos seguiu normalmente.

Desde então, duas outras oportunidades. Com a dispensa de Mar­­quinhos, em setembro, Marcelo Serrano foi o técnico no revés para o Náutico, por 3 a 0. Mais tarde, o Coxa mandou um conjunto reserva para o compromisso de volta com o Itagüí, na Colômbia, pela Sul-Americana, e convocou para a missão internacional João Marcelo, auxiliar de Chamusca.

Enfim, a hora de provar o seu valor é agora. "O Tcheco é interino e vai ter a chance de mostrar o seu trabalho. E vamos estudar com calma as possibilidades", finaliza Andrade. Entre os cotados pelo Coritiba, estaria Gilson Kleina, atual técnico do Palmeiras.

A Gazeta do Povo tentou contato com o Tcheco, mas ele não atendeu as ligações até o fechamento desta edição.

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