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Gigghia comemora o gol que garantiu o bi do Uruguai sobre o Brasil. | /
Gigghia comemora o gol que garantiu o bi do Uruguai sobre o Brasil.| Foto: /

Há exatos 65 anos, a seleção brasileira vivia seu primeiro grande fracasso em uma Copa do Mundo. Em 1950, ainda sem saber o que era ser campeão, o Brasil entrava em campo no Maracanã, contra o Uruguai, precisando apenas de um empate para erguer a taça em casa. A euforia e o clima de já ganhou deram lugar ao quase silêncio de um choro convulsivo assim que o apito final soou no “Maior do Mundo”.

O vice-campeonato marcou uma geração de atletas para sempre e deixou cicatriz profunda nos torcedores de todas as idades que esperavam pela festa inédita. Neste aniversário do Maracanazo, já com o fantasma praticamente exorcizado pelo desastre do Mineirão, em 2014, a Gazeta do Povo relembra a trajetória do país em 1950 e traz frases marcantes de personagens do primeiro grande drama da pátria de chuteiras.

“Depois daquela derrota fomos levados para fora do estádio e nem sei onde fui parar. Durante uma semana andei abobalhado por aí. Só lastimo que não tenham respeitado a minha dor.”

Barbosa, goleiro da seleção brasileira na Copa de 1950

“A pena máxima para um crime no Brasil é de 30 anos. Eu pago por aquele gol há 50.”

Barbosa  goleiro da seleção brasileira na Copa de 1950

“Várias vezes sonhei com aquele jogo contra o Uruguai. O placar era sempre diferente, no sonho. A gente ganhava, eu levantava a taça. Fui chamado de traidor! Aliás, todos nós: “traidores da pátria”! Não merecíamos ser tratados desse jeito. Éramos ídolos até a véspera do jogo.”

Augusto, zagueiro da seleção brasileira na Copa de 1950

“Fiquei perdido sem saber o que fazer. Encontrei Obdulio Varela, apertei a sua mão e entreguei a taça, sem dizer uma palavra. Ele também não respondeu. O silêncio do estádio não permitiu.”

Jules Rimet, presidente da Fifa

“Se tivesse que jogar outra vez essa final, faria um gol contra, sim senhor. Não, não se assombre. A única coisa que conseguimos ao ganhar esse título foi dar brilho aos dirigentes da Associação Uruguaia de Futebol.”

Obdulio Varela, capitão da seleção uruguaia na Copa de 1950

A campanha:

Primeira fase

Grupo 1

24/6 – Brasil 4 x 0 México

Gols: Ademir (B), aos 30/1º, Jair (B), aos 20/2º, Baltazar (B), aos 26/2º, Ademir (B), aos 34/2º

28/6 – Brasil 2 x 2 Suíça

Gols: Alfredo (B), aos 3/1º, Fatton (S), aos 17/1º, Baltazar (B), aos 43/1º, Fatton (S), aos 43/2º

1º/7 – Brasil 2 x 0 Iugoslávia

Gols: Ademir (B), aos 4/1º, e Zizinho (B), aos 44/2º

Classificação

1º Brasil 5 pontos

2º Iugoslávia 4 pontos

3º Suíça 3 pontos

4º México 0 ponto

Quadrangular final

9/7 – Brasil 7 x 1 Suécia

Gols: Ademir (B), aos 17 e 36/1º, Chico (B), aos 39/1º, Ademir (B), aos 7 e 13/2º, Andersson (S), aos 22/2º, Maneca (B), aos 40/2º e Chico (B), aos 43/2º

13/7 – Brasil 6 x 1 Espanha

Gols: Ademir (B), aos 15/1º, Jair (B), aos 21/1º, Chico (B), aos 31/1º e 10/2º, Ademir (B), aos 12/2º, Zizinho (B), aos 22/2º, e Silvestre (E), aos 26/2º

16/7 – Uruguai 2 x 1 Brasil

BRASIL

Barbosa; Augusto, Juvenal; Bauer, Danilo, Bigode; Friaça, Zizinho, Ademir, Jair, Chico.

URUGUAI

Maspoli; Matias Gonzalez, Tejera; Gambetta, Obdulio Varela, Andrade; Ghiggia, Julio Perez, Miguez, Schiaffino, Moran.

Gols: Friaça (B), aos 2/2º, Schiaffino (U), aos 21/2º, e Ghiggia (U), aos 34/2º

Classificação final

1º Uruguai 5 pontos

2º Brasil 4 pontos

3º Suécia 2 pontos

4º Espanha 1 ponto

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