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Vilson Ribeiro de Andrade, do Coritiba, representou os clubes na reunião em Brasília | Ailton de Freitas/ Agência O Globo
Vilson Ribeiro de Andrade, do Coritiba, representou os clubes na reunião em Brasília| Foto: Ailton de Freitas/ Agência O Globo

Brigou na arquibancada, tirou pontos do time na tabe­­la do campeonato. A punição técnica é a única novidade de um repetitivo pacote com nove medidas para conter a violência nos estádios, apresentado ontem em Brasília. Os outros oito pontos são revisões de ações já aplicadas no país e que têm sido ineficazes.

Na esteira da pancadaria entre torcedores de Atlético e Vasco, em Joinville, represen­­tantes do governo federal, Poder Judiciário, Jus­­ti­­ça Desportiva, clubes, Con­­­­fe­­de­­ração Brasileira de Fute­­bol (CBF) e federações estaduais prometeram um esforço conjunto para tirar do papel iniciativas com cara de "mais do mesmo" como a implementação de juizados e delegacias para torcedores. Situação que já ocorre sem muito sucesso em Curitiba.

O presidente do Superior Tribunal de Justiça Des­por­­tiva (STJD), Flávio Zveiter, disse que vai levar a proposta sobre a perda de pontos para a pró­­xima reunião da corte, dia 19. A sugestão modifica o Código Brasileiro de Justiça Desportiva e, caso aprovada pelo STJD, precisa passar pelo Conselho Nacional do Esporte, vincu­­lado ao Mi­­nistério do Es­­porte. A expectativa é de que a nova regra possa ser aplicada a partir dos campeonatos estaduais de 2014, em janeiro. "Mais do que a punição pecuniária, os clubes temem a punição técnica", declarou o ministro do Esporte, Aldo Rebelo.

Ele citou uma frase do presidente do Coritiba, Vil­­son Ribeiro de Andrade, pa­­ra explicar a constatação. "Disse o presidente do Coritiba que os dirigentes temem mais a perda de três pontos do que de R$ 3 milhões. Os R$ 3 milhões eles podem tirar de algum lugar, enquanto a perda dos três pontos gera uma cobrança muito mais dura da torcida." Andrade participou da reunião como representante dos clubes.

Apesar de ter encampado a ideia, Zveiter não detalhou como ela seria aplicada. "Depende da gravidade dos acontecimentos", afirmou, sem detalhar quantos pontos podem ser perdidos em decorrência de brigas. Também não foi abordada a penalização dos clubes que financiam de alguma forma torcidas organizadas envolvidas em violência.

Dentre os outros pontos do pacote, o ministro da Jus­­tiça, José Eduardo Car­­dozo, começou pela edição de uma portaria para a criação de um guia com procedimentos de segurança para atividades esportivas. "É necessário unificar um padrão de comportamento dos órgãos de segurança pública e privada. Definindo competências, deveres e responsabilidades."

Na mesma linha, Cardozo propôs a criação de um cadas­­tro nacional de torcedores envolvidos em brigas, que seria compatibilizado com o Sistema Nacional de In­­formações de Segurança Pública, Prisionais e sobre Drogas (Sinesp), lançado há dois dias pelo governo federal.

Outros quatro itens com cara de reprise são puxados pelo governo federal: a integração dos dados de inteligência policial, a criação de uma câmara técnica sobre segurança em eventos esportivos e a elaboração de um Estatuto da Segurança Privada.

Já a criação de juizados e delegacias será negociada em reuniões com secretários de segurança pública dos estados. "Não posso obrigar os estados a criarem essas estruturas, porque a lei não obriga. O que vamos fazer é sugerir", disse Cardozo.

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