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Sede paranista do Tarumã será leiloada em virtude de uma ação judicial da União contra o clube por falta de pagamento de impostos | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Sede paranista do Tarumã será leiloada em virtude de uma ação judicial da União contra o clube por falta de pagamento de impostos| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Um débito que começou em R$ 1 milhão exigirá o sacrifício de um patrimônio do clube para não virar uma bola de neve e, quando liquidado, reduzirá sua dívida total em R$ 6 milhões – hoje é de cerca de R$ 35 milhões. O caminho que levará ao leilão da sede do Tarumã, no mês que vem, diz muito a respei­to de como o Paraná viu seu passivo crescer e de como pretende liquidá-lo.

A penhora judicial será o desfecho de uma ação da União contra o Tricolor, iniciada em novembro de 2011, referente a impostos atrasados. O débito era de R$ 1,08 milhão, referente a tributos não recolhidos do período entre 2008 e 2010. Há a possibilidade de o clube adiar o pregão, mas o Paraná abre mão dessa opção.

"O Paraná poderia tentar parcelar, mas não dispõe de verba. Poderia tentar contornar, empurrar com a barriga, mas a dívida só iria se avolu­mar, outra sede seria leiloada ou a verba da televisão novamente iria para penhora", explica o advogado tricolor, Juliano Tetto.

Ao permitir a realização do leilão, o Paraná abre caminho para readquirir sua Certidão Negativa de Débito. Este documento permite firmar convênios e contratos com o poder público. Por exemplo: fechar patrocínio com a Caixa Econômica Fe­­de­­ral, acordo que chegou a ser negociado no ano passado, mas esbarrou na inadimplência com a União.

Em um plano mais amplo, cria-se o lastro para o Paraná quitar dívidas e equilibrar suas finanças. A determinação do pregão arrastou consigo outras execuções. Assim, a venda judicial do Tarumã servirá para pagar cerca de R$ 6 milhões em débitos fiscais do clube. A diferença entre este valor e o pago pelo imóvel irá para os cofres paranistas.

Pela avaliação que servirá como lance inicial no leilão de 21 de março, a diferença seria de no mínimo R$ 39,5 milhões. Se não houver comprador, a segunda sessão, de 4 de abril, renderia pelo menos R$ 16,7 milhões. Um dinheiro que servirá para pagar dívidas do clube, mas não apenas isso.

"O Paraná vai pagar uma série de dívidas vencidas, mas vai receber o que sobrar, pois não precisa pagar imediatamente o que está em discussão na Justiça", explica Tetto.

Dos R$ 35 milhões devidos, R$ 10 milhões são apenas da multa referente à negociação do meia Thiago Neves. Do restante, a maior parte é referente a dívidas fiscais, uma bola de neve que ganhou volume em 2009, segundo ano da gestão Aurival Corrêa.

Segundo os balanços patrimoniais do clube, em 2008 o Paraná tinha R$ 1,4 milhão em tributos e impostos atrasados. No ano seguinte, esse montante disparou para R$ 11,3 milhões. O salto foi determinado pela saída do clube do Refis, programa federal de parcelamento de dívidas com a União, em novembro de 2009.

O último balanço publicado pelo Paraná, referente a 2011, aponta uma dívida fis­­cal de R$ 15,5 milhões. Valor ainda abaixo do real. "A atual gestão também não conseguiu pagar todos os impostos, pois priorizou o pagamento de salários. As dívidas de agora serão ajuizadas daqui a dois, três anos", avisa Tetto.

"Os dirigentes não estão dando conta de pagar os atuais e é justamente por isso que querem resolver a situação. Perde-se um dedo, mas salva-se um braço", finaliza o advogado.

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