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Diogo exibe fotos de Saulo, pai e ídolo da promesa paranista. Garoto sonha em brilhar no Paraná assim como o ‘Tigre da Vila’ | Hugo Harada/ Gazeta do Povo
Diogo exibe fotos de Saulo, pai e ídolo da promesa paranista. Garoto sonha em brilhar no Paraná assim como o ‘Tigre da Vila’| Foto: Hugo Harada/ Gazeta do Povo

O duelo com o Internacional, válido pela Copa do Brasil Sub 20, quarta-feira, na Vila Capanema, se encaminhava para o fim com vitória parcial dos gaúchos, 1 a 0. Aos 40 da segunda etapa, bola cruzada na área e falha do goleiro colorado. O garoto Diogo, com oportunismo e bem posicionado, empata para o Tricolor, definindo o placar.

Seria apenas mais um gol de uma jovem promessa paranista, não fossem o sobrenome e o DNA carregados pelo autor: Diogo de Freitas, 17 anos, 1,84 m, é filho de Saulo – maior artilheiro da história do Paraná, com 104 bolas guardadas nas redes adversárias nos anos 90, um ícone da geração mais vitoriosa paranista, chamado de Tigre da Vila por causa da disposição ofensiva.

O "Tigrinho", como é chamado no clube desde 2010, época de seu início nas categorias de base, explica que pode atuar tanto na meia cancha como no ataque. "Mas o que eu gosto mesmo, é de jogar perto do gol e de fazer os meus golzinhos", resume, revelando afinidade com o pai-artilheiro. Diogo tem contrato com o Tricolor até dezembro de 2016 e deve ser uma das apostas do clube no próximo ano.

"Um grande poder de finalização e explosivo. Além de tudo, tem a sorte ao seu lado", descreve Saulo, exercitando o lado coruja. "No entanto, deve se aprimorar em fundamentos como o cabeceio, posicionamento e bolas paradas", cobra, desta vez transparecendo o lado treinador, cargo que também exerceu no Paraná, em 2003 e depois em 2007.

Além de pai e incentivador, Saulo tem influência nos rumos da carreira da jovem cria. O empresário, de fato, é outro ex-paranista, o ex-zagueiro Castro, titular na primeira taça levantada pelo Tricolor, o Campeonato Paranaense de 1991 (administrava a carreira de Kelvin, a última grande revelação do Ninho da Gralha). Entretanto, Saulo participa ativamente das decisões sobre a carreira do herdeiro.

Em 2013, de janeiro a setembro, o garoto teve a honra de treinar entre os profissionais do clube, ao lado de ídolos como o goleiro Marcos e o meia Lúcio Flávio. No início, sentiu-se impressionado por atuar com os consagrados atletas. Após um tempo, percebeu, com personalidade, que "é apenas futebol".

A experiência entre os profissionais não se repetiu em 2014 por conta de uma brusca mudança de planejamento da diretoria tricolor. Segundo narra Saulo, estava tudo alinhado com os mandatários para a repetição da experiência nesta temporada.

Com a chegada do então diretor de futebol Roque Júnior, no entanto, as coisas mudaram da noite para o dia. "Chegaram pessoas de fora que mudaram tudo e o projeto não foi respeitado. Nos preocupamos com esta transição para o profissional", reclama Saulo.

Apesar disso, a torcida paranista pode ficar tranquila. Nada que estremeça o futuro de Diogo no clube em que o pai se consagrou. "Queremos que o Diogo se consolide no Paraná com um bom trabalho. E não temos a intenção de vendê-lo barato, caso surjam propostas. Queremos que ele renda muito dinheiro para o clube", diz o Tigre.

Comparações são inevitáveis e a pressão por conta do parentesco é reconhecida por pai e filho. Entretanto, Saulo e Diogo acreditam que a torcida tricolor, mesmo carente de um homem-gol nos últimos anos, saberá dar o tempo necessário para o garoto se firmar de vez no time.

"Vão querer comparar, mas não dá. No futebol, cada um tem sua maneira de jogar e o Diogo sabe lidar bem com isso. A hora dele como jogador vai chegar e o torcedor saberá cobrar no momento certo", confia Saulo.

"Ele sempre me preparou para lidar com comparações. Mas isso serve de incentivo para mim. Ele trilhou o caminho dele, e agora é minha vez de trilhar o meu", acredita Diogo, o "Tigrinho da Vila".

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