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Ainda na Vila Capanema, Marino registrou boletim de ocorrência na unidade da Demafe | Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo
Ainda na Vila Capanema, Marino registrou boletim de ocorrência na unidade da Demafe| Foto: Marcelo Andrade/ Gazeta do Povo

Veja episódios de injúria racial que foram registrados no futebol nacional neste ano

Tinga – 12 de fevereiro

O volante Tinga, do Cruzeiro, foi alvo de insultos racistas na partida do clube mineiro contra o Real Garcilaso, do Peru, na Libertadores. Torcedores imitaram sons de macaco em cada lance que o jogador tocava na bola.Punição: De acordo com o código disciplinar, o Real Garcilaso poderia ter sido expulso da Libertadores, mas a Conmebol puniu o time peruano com uma multa de US$ 12 mil e, em caso de reincidência, o time terá de atuar em casa com os portões fechados.

Arouca – 6 de março

Arouca, volante do Santos, foi insultado por um torcedor do Mogi Mirim na vitória do Peixe por 5 a 2 no Campeonato Paulista. Um torcedor gritou "macaco" e outro disse que o volante deveria procurar uma seleção africana para jogar. Punição: A Federação Paulista de Futebol interditou o estádio Romildo Vitor Gomes Ferreira e o Mogi Mirim pagou uma multa de R$ 50 mil.

Márcio Chagas da Silva – 6 de março

No mesmo dia em que Arouca foi vítima de racismo, o juiz Márcio Chagas da Silva encontrou o seu carro danificado e com bananas sobre ele após a vitória por 3 a 2 do Esportivo sobre o Veranópolis pelo Campeonato Gaúcho. Segundo o árbitro, o incidente foi provocado por torcedores do Esportivo.Punição: O Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) do Rio Grande do Sul multou o Esportivo em R$ 30mil, perda de seis mandos e de nove pontos no campeonato, o que acarretou no rebaixamento do clube para a Segunda Divisão do Estadual. O clube pode buscar recurso no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Francisco de Assis – 9 de março

O lateral Francisco de Assis foi xingado pelo torcedor Marcelo Carlos Fernandes de "macaco, negro, safado e fedorento" quando se aquecia para a partida entre Uberlândia e Mamoré, válida pelo Módulo II do Campeonato Mineiro.Punição: O torcedor assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (para infrações menos graves e com pena máxima de dois anos) e foi liberado.

Paulão – 30 de março

O zagueiro Paulão, do Internacional, foi chamado de "macaco" por um torcedor do Grêmio durante o clássico no dia 30 de março, no jogo de ida da final do Campeonato Gaúcho. Punição: O Grêmio foi multado em R$ 80 mil pelo TJD, mas o clube ainda pode recorrer da decisão. O torcedor ainda não foi identificado.

Um caso de injúria racial foi registrado na partida entre Paraná e São Bernardo, válida pela Copa do Brasil, na noite desta quinta-feira (10), na Vila Capanema. O volante Marino, do time paulista, foi chamado de "macaco" e "gorila" por dois torcedores do Tricolor que estavam no alambrado.

O fato ocorreu já nos acréscimos do segundo tempo da partida vencida pelo Paraná, quando o jogador deixava o campo após ter sido expulso. "Eles me xingaram e aí fui para cima deles discutir. Um torcedor da minha cor viu e foi atrás, mas saíram correndo", disse o atleta, que foi chorando para o vestiário após o incidente.

Marino registrou boletim de ocorrência na unidade da Delegacia Móvel de Atendimento ao Futebol e Eventos (Demafe) que funciona no estádio. Os torcedores não foram identificados, no entanto, foi aberto um inquérito na Polícia Civil.

Segundo o delegado Fábio Lopes, um ofício foi enviado para emissoras de televisão e para o Paraná pedindo imagens que possam ajudar na identificação dos torcedores.

"Agora vamos tentar a identificação através das imagens de comunicação e sistemas do estádio. Qualquer tipo de informação pode ajudar", comentou.

"Eu consigo reconhecer. Vou fazer de tudo o que puder para pegar esses caras", disse Marino. Se forem identificados, os acusados serão enquadrados por injúria racial (lesão à honra de uma pessoa). O crime permite fiança e a pena máxima é a reclusão por oito anos.

O presidente do São Bernardo, Luiz Fernando Ferreira, afirmou que a equipe paulista vai tomar providências para punir os envolvidos. "Isso tem que ser banido do futebol. Vamos relatar para a CBF e vamos até as últimas consequências para que haja punição", destacou o dirigente.

Ferreira ainda cobrou um posicionamento do Paraná no caso. "O time não tem culpa, mas são torcedores do Paraná. Cabe ao clube apurar isso também, porque é um crime", completou.

O vice-presidente de futebol do Tricolor, Celso Bittencourt, garantiu que o clube vai ajudar a encontrar os torcedores responsáveis pelas ofensas. "O Paraná não compactua com essas atitudes e vai colaborar para que as pessoas sejam identificadas. Estamos à disposição para ajudar", disse em entrevista à Rádio Banda B.

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