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Abolir as concentrações pré-jogo representaria uma economia de até R$ 1 milhão anual aos cofres dos clubes brasileiros. Um valor importante para equipes que costumam não honrar as contas.

O assunto voltou à baila após a decisão do técnico Levir Culpi de liberar os atletas do Atlético-MG da clausura. "Não pensei no lado financeiro, mas, sem dúvida, seria interessante", diz o treinador curitibano.

Os gastos com hospedagem são variáveis entre os clubes. Para os times menores, de Segunda Divisão, por exemplo, podem alcançar R$ 500 mil para cerca de 40 jogos. O total depende, basicamente, do luxo do hotel escolhido e do número de dias e partidas ao longo da temporada.

Quando o compromisso é em casa, a equipe se tranca no hotel na véspera. No confronto fora, a mesma coisa, mas há a possibilidade de permanecer no local por mais uma noite após o duelo.

"Eu sou adepto de acabar com a concentração. É um valor considerável, não sei exatamente quanto. Mas acho interessante dar mais responsabilidade ao jogador e ainda ter uma economia", avalia Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba.

A despesa só não é maior porque a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) paga as hospedagens dos clubes nas partidas disputadas fora de casa no Brasileiro. Subsídio inexistente no Paranaense e na Copa do Brasil.

"Há a preocupação de oferecer a melhor estadia para os atletas, para que eles possam descansar da melhor forma possível. Assim, mesmo no interior, procuramos os melhores hotéis", afirma Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, vice-presidente do Paraná.

Do trio da capital, a melhor situação é do Atlético. O Rubro-Negro concentra seus jogadores na hospedagem disponível no CT do Caju. Ou seja, arca apenas com os gastos normais do local.

No entanto, em caso de mudança, poderia eventualmente lucrar recebendo outras equipes no espaço. Este ano o bunker atleticano foi a morada da seleção da Espanha durante a Copa do Mundo no Brasil.

Na discussão sobre a liberação há uma preocupação geral: os jogadores solteiros. Dirigentes, treinadores e até mesmo entre os boleiros, ninguém confia totalmente no comportamento de quem está "livre".

"O jogador casado dorme em casa, com a família, vejo até um benefício para ele, na motivação para o jogo. Mas os solteiros nem sempre têm o comportamento adequado", comenta Vilson Ribeiro de Andrade.

Outro temor, menor, é com a alimentação. "Na véspera do jogo a gente libera todo mundo e o jogador vai num fast food e come qualquer coisa, come gordura, pastel e se apresenta com um problema intestinal? Passa pela cultura, passa pelo maior problema do nosso país que é a educação", alega Claudinei Oliveira, técnico do Paraná.

Colaborou Júlio Filho

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