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O ex-goleiro Carlos Luna, com passagem pelo Rio Branco no ano passado, durante prisão. | /Folhapress
O ex-goleiro Carlos Luna, com passagem pelo Rio Branco no ano passado, durante prisão.| Foto: /Folhapress

O Ministério Público de São Paulo pretende denunciar já na próxima semana os envolvidos com a máfia de apostas por fraude esportiva e formação de quadrilha. São investigadas a manipulação de resultados em jogos do Campeonato Paulista das Séries A2 e A3 e Sub-20 e Estaduais no Ceará, Maranhão, Rio Grande do Norte e Acre. E, segundo o delegado da Polícia Civil Mário Sérgio Pinto, há indícios de manipulação no Paraná e no Mato Grosso.

As penas podem chegar a 10 anos de detenção. Oito pessoas estão presas e três são procuradas, entre elas o chefe da quadrilha, Anderson Silva Rodrigues.

As prisões, ocorridas na última quarta-feira são consequência da primeira fase da Operação Game Over.

Procurado pela reportagem, a Federação Paranaense de Futebol (FPF) disse que por enquanto não está sabendo absolutamente nada sobre a suspeita policial.

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Por enquanto, o Rio Branco de Paranaguá se viu envolvido, indiretamente, no caso, sob os cuidados do Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). O ex-goleiro Carlos Luna, com passagem pelo Alvirrubro no ano passado, foi um dos sete detidos na ação que combate fraudes nos resultados de jogos de futebol.

Luna foi encaminhado para depoimento usando um moletom da equipe do litoral do Paraná, imagem que rodou o país e apareceu no Jornal Nacional, da Rede Globo, na quarta-feira (6). Questionado sobre o esquema, o ex-atleta declarou que sempre foi honesto e não teve participação. A polícia não informou qual a atuação do ex-jogador de 33 anos na fraude.

“Foi uma surpresa muito negativa. Ele [Carlos Luna], aliás, deveria ter devolvido a roupa do clube. Agora, não podemos julgar, é preciso esperar. De certo que, na passagem pelo Rio Branco, nunca soubemos de algo ilegal que tenha cometido. Mas é bom para ficarmos atentos”, comenta Tiago Campos, presidente do Rio Branco de Paranaguá.

Segundo investigações, os brasileiros agem em favor de uma quadrilha asiática, com ramificações comprovadas na Indonésia, China e Malásia. “Eles ofereciam de US$ 20 mil a US$ 30 mil por jogo (que interessava à máfia) e tivemos algumas ofertas em euros. Houve casos de estar o time inteiro envolvido, do presidente aos jogadores, passando pelo técnico. Em outros, bastava que alguns jogadores estivessem envolvidos”, disse o delegado Sérgio Pinto.

Em muitos casos, o pagamento da propina era feito em dinheiro, imediatamente após o fim do jogo combinado.

Mário Sérgio disse que as investigações constataram que em todos os casos o acerto era para um time perder - com detalhes como o minuto em que gols deveriam ser feitos -, não envolvendo a outra equipe e, aparentemente, nenhum árbitro. “Mas estamos atentos a tudo”.

Ele indicou que há pelo menos mais oito clubes em partidas na mira, alguns tradicionais no Nordeste entre eles. “Pretendemos descobrir as ramificações, quem são os aliciadores e a quantidade de clubes envolvidos”, destacou.

As investigações - que nasceram a partir de um alerta feito por uma empresa de monitoramento contratada pela Fifa - constataram que os integrantes da máfia das apostas só se interessavam com competições menores, “por não terem visibilidade”, uma vez que jogos de campeonatos maiores, como dos da Série A do Brasileiro, despertam muita atenção e por isso são mais difíceis de manipular.

De acordo com o promotor Paulo Castilho, as próximas medidas relacionadas à operação têm o objetivo de dar mais consistência aos trabalhos. “Os próximos passos serão a renovação do pedido de prisão temporária para que o Ministério Público possa oferecer uma denúncia bem elaborada, com muitos elementos, para transformar em prisão preventiva”, explicou.

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