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Kelvin comemora gol contra o Benfica. Ao lado, destaque nos jornais esportivos de Portugal | Miguel Vidal/ Reuters
Kelvin comemora gol contra o Benfica. Ao lado, destaque nos jornais esportivos de Portugal| Foto: Miguel Vidal/ Reuters

Mesmo não sendo titular do Porto, o atacante Kelvin, formado na base do Paraná, virou uma febre em Portugal.

Para os fãs do Dragão, os adversários do Benfica, agremiação de Lisboa e maior torcida lusa, foram "congelados a 0º kelvin" (ou o impossível -273° Celsius). O exagero tem algum sentido.

Antes desconhecido, o jovem, que completa 20 anos em junho, deu muitos autógrafos nos últimos dias e foi requisitado para tantas entrevistas a ponto dos dirigentes decidirem "blindá-lo" até hoje, quando a equipe pode ser tricampeã nacional se vencer fora de casa o Paço de Ferreira (3.º melhor time), às 14h30.

Possibilidade de título, o primeiro do jogador por um clube profissional, que só ocorrerá graças a uma participação decisiva do atacante criado na Vila Capanema.

No dia 8 de abril, Kelvin marcou dois gols em três minutos na vitória sobre o Braga por 3 a 1. Na rodada seguinte, 11/5, no principal clássico do país, o Porto precisava vencer o Benfica para ultrapassá-lo na tabela e chegar à última rodada só dependendo de si para levar a taça. O curitibano foi novamente decisivo.

O atacante, que chegou ao time azul na metade de 2011 e ficou um ano emprestado ao pequeno Rio Ave, saiu do banco de reservas aos 34 minutos do segundo tempo e, aos 46, fez o gol da virada na vitória por 2 a 1.

"Foi um momento muito emocionante. Na hora eu não consegui acreditar. A gente fica no banco sonhando que vai fazer o gol da vitória. E, quando acontece, você fica meio perdido. Eu não sabia se ria, se chorava ou se eu pulava na torcida", admitiu o atleta ao portal R7 antes de ser proibido de dar entrevistas. "Os torcedores ficaram doidos depois do gol e invadiram o gramado", lembrou.

Sair da suplência e decidir nos acréscimos, aliás, não é novidade para Kelvin. No dia 12 de outubro de 2010, quando estreou como jogador profissional no Tricolor, o atacante entrou em campo aos 41 e aos 47 fez o primeiro dos oito gols marcados com a camisa paranista. Uma trajetória de menos de um ano que só não acabou de uma maneira conturbada após muita negociação.

"Chegamos a pagar R$ 50 mil para os nossos advogados intermediarem a saída dele pela porta da frente", lembra o presidente do Paraná em 2011, Aquilino Romani. "Ainda ficamos com 10% dos direitos econômicos e conseguimos que ele ficasse mais seis meses jogando aqui. Na época eu disse que esperava que esses 10% valessem no futuro mais que os 90% e espero que isso aconteça", completou o ex-dirigente.

Além disso, em futuras negociações, o Tricolor ainda tem direito a receber 5% do valor total como clube formador.

Segundo o superintende geral do Paraná, Celso Bittencourt, Kelvin foi vendido no começo de 2011 por R$ 5,2 milhões, sendo que a BASE, empresa que gerenciava as categorias de formação e o empresário Renato Trombini tinham um porcentual do atleta.

"Cerca de R$ 3,5 milhões ficaram para o Paraná", admite o dirigente. Uma parte desse montante foi utilizada para pagar uma ação de 2004 movida pelo Vitória referente ao atacante Flávio Guilherme.

Criticado algumas vezes no clube por fazer muita "firula", o atacante hoje está diferente. De acordo com o amigo e ex-empresário Castro o jogador teve dificuldades no começo na Europa por causa da diferença em relação ao futebol brasileiro. "Aqui ele tinha um estilo de jogo e lá ele tem de ter outro. É menos drible e mais marcação", afirma.

Mas nem tudo é festa. Recentemente o atleta foi para a delegacia, onde ficou por cerca de uma hora e meia por dirigir a sua BMW sem uma habilitação válida em Portugal.

Pelo Porto B, envolveu-se em uma confusão com o treinador ao ser substituído. Inconformado, chutou garrafas de água e a bolsa do fisioterapeuta na saída do gramado. Incidentes em que Kelvin pediu desculpas e que não devem ser lembrados hoje pela torcida do Porto caso o título seja conquistado.

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