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"Seria uma traição jogar no Atlético"

O lado torcedor impede o meia Ricardinho de jogar no Atlético. O jogador de 33 anos, revelado nas categorias de base do Paraná, foi sondado pela diretoria rubro-negra. A "ponte" das conversações foi Ocimar Bolicenho, diretor de futebol do Furacão, ex-presidente tricolor. De acordo com o pai de Ricardinho, José Luiz Rodrigues, Bolicenho teria feito o primeiro contato há duas semanas, antes do anúncio de que o meia deixaria o futebol do Catar.

Leia o depoimento do jogador

A atual geração de pratas da casa é a maior esperança do Atlético dentro de campo e no balanço financeiro. No gramado, é em garotos como Raul, Manoel, Gabriel Pimba, Renan e Patrick que o clube aposta para ter um grande time em 2010. Se forem bem, eles irão se transformar na solução para equilibrar as contas do clube com uma boa transferência internacional.

Negociações que o Rubro-Negro não conseguiu emplacar nessa temporada. A falta de uma venda expressiva aumentou o déficit do clube. Como tentativa de solução, a diretoria subiu o valor do plano Sócio Furacão (de R$ 50 para R$ 70) já a partir de setembro.

A diretoria prevê um rombo de R$ 16 milhões ao final de 2009. O custo anual aproximado de R$ 48 milhões não será coberto com a soma dos R$ 13 milhões arrecadados atualmente com os sócios, mais R$ 12 milhões das cotas de televisão e de outros R$ 7 milhões angariados com patrocínios.

"Esperamos até o limite da janela de transferências (dia 31 de agosto) para ver se venderíamos alguém para o mercado externo. Como não ocorreram propostas e pela falta de mais um patrocinador no momento, optamos por esse realinhamento", afirmou o presidente Marcos Malucelli, que ontem procurou a Gazeta do Povo para falar sobre o reajuste. "É uma economia de R$ 0,67 por dia que o atleticano terá de fazer para continuar associado", ponderou o dirigente, avisando que sem o aumento teria de recorrer a empréstimos para evitar o atraso no salário dos jogadores e funcionários ao fim do ano.

No entanto, a majoração de 40% no valor não representa a montagem imediata de um timaço e nem mesmo a solução dos problemas monetários do Atlético. Se o número atual de 24.143 cadeiras da Arena vendidas não cair, com a nova mensalidade o Rubro-Negro arrecadará R$ 1,6 milhão até o fim do ano. Pouco para cobrir o rombo ou para grandes contratações.

"Eu nunca prometi um grande time com 20 mil sócios. Ouvi essa promessa na administração anterior e nunca concordei com ela", revelou Malucelli. "Não tem mágica. Sem a venda de jogadores não há como fazer grandes investimentos", alertou.

O temor maior na Arena da Baixada é com a chegada de dezembro. No último mês do ano, além da folha de pagamento do clube, somando futebol e funcionários (cerca de R$ 2 milhões), a diretoria precisará pagar o 13.º salário, mais os 33% das férias.

"Há tempos estou falando que estamos deficitários e que o clube precisa de dinheiro. Não vi um movimento sequer de alguém oferecendo naming rights ou com uma fórmula de contratarmos sem gastar. Parece que ficam esperando um milagre", disse o presidente.

Após uma semana da cobrança do novo valor, o Atlético fará um levantamento para saber se ocorreu um grande número de desistências entre os associados. No entanto, Malucelli não crê nem em 5% de abandonos por conta da atual fila de espera para as associações. Ele diz, inclusive, ter sido procurado na quarta-feira por associados que pagaram um ano adiantado de mensalidade.

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