Costa do Sauípe, BA Há muito tempo Gustavo Kuerten não jogava tão bem. Por isso, a sua derrota em uma linda partida por 2 sets a 1, com parciais de 6/2, 3/6 e 7/5, transformou Flávio Saretta num vilão. A torcida na Costa do Sauípe esteve toda ao lado de Guga, que empolgou ao mostrar velhos e conhecidos golpes como sua esquerda um dia já definida como um traço de Picasso e sacou com maestria e precisão. Mas como não ganhou a partida, a vaga para as quartas-de-final do Brasil Open ficou com Saretta, que hoje enfrentará o espanhol Nicolas Almagro.
Para Guga, essa derrota teve um sabor especial, quase de conquista, pois ele superou vários obstáculos para chegar em condições de vitória ao terceiro set. No começo do jogo, não fez nada de especial, mas depois se soltou em quadra e aplicou bem seus golpes. Embora tenha passado por atendimento médico durante a partida, suportou bem as trocas de bolas.
"A sensação da derrota é ruim, mas foi minha melhor atuação desde o US Open de 2005 (neste torneio ganhou de Paul Goldstein na estréia e perdeu na segunda rodada para Tommy Robredo com dois bons desempenhos). Foi um jogo que envolveu muitas coisas, situações que vou encontrar no circuito. A tendência é aumentar o nível a cada partida. Para mim, se a minha perna melhorasse 30% seria o ideal."
Para Saretta, a vitória revela seu talento, mas deixou um gosto amargo pela hostilidade que sofreu por parte da torcida. "Chegou a doer... parecia que estava jogando fora do Brasil, era como se fosse um argentino", lamentou Saretta. "A torcida atrapalhou e confesso que fiquei um pouco triste, pois foi um jogo decidido nos detalhes, qualquer um dos dois poderia ter vencido."
Com a experiência de ter enfrentando Guga em uma noite em que o ex-tricampeão de Roland Garros mostrou acentuada recuperação, Saretta analisou com conhecimento a evolução do adversário. "Faz tempo que não via ele (Kuerten) jogando tão bem. De repente melhorou 100%."
- Na TV: Brasil Open, às 15h30, no Sportv2.
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