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Dispensando na Inter de Milão e rebaixado pelo Queens Park Rangers, Julio Cesar vê na convocação da seleção uma oportunidade para retomar a carreira | Sergio Moraes / Reuters
Dispensando na Inter de Milão e rebaixado pelo Queens Park Rangers, Julio Cesar vê na convocação da seleção uma oportunidade para retomar a carreira| Foto: Sergio Moraes / Reuters

O goleiro Julio Cesar está numa fase de resgate de sua carreira. Aos 33 anos, caiu em desgraça após a Copa do Mundo da África do Sul - falhou no primeiro gol da Holanda na partida que determinou a eliminação brasileira -, perdeu espaço na seleção brasileira, acabou dispensado da Inter de Milão e na temporada europeia recém-encerrada amargou a queda para a segunda divisão inglesa pelo modesto Queens Park Rangers. Mas não perdeu a confiança e garante estar ainda mais forte para essa reta final da carreira.

"Foi no momento de adversidade que tive de buscar força, me superar na carreira. Me apeguei muito a uma frase do filme Rocky, em que o protagonista fala seu filho: 'A vida não é um arco-íris. O que importa é quanto você é forte para suportar (as adversidades)", disse Julio Cesar, em entrevista nesta sexta-feira no Rio. "E nos últimos dias também me miro no exemplo do Robben, que perdeu duas Ligas dos Campeões e agora foi campeão pelo Bayern, fazendo o gol do título."

Julio Cesar admite que, nos tempos em que estava sendo badalado e considerado o melhor goleiro do mundo, pecou pela autoconfiança. "Quando você está sendo elogiado, não se preocupa muito. Quando sai da Inter (de Milão) pude me conhecer um pouco melhor, pude ver o quanto eu era forte. É no momento de adversidade que tive de buscar força, me superar na carreira. Se for campeão do mundo (em 2014), fecharia a minha carreira com chave de ouro."

Para isso, Julio Cesar elegeu a seleção brasileira como sua maior motivação atualmente. "Em oito, nove anos de Europa, ganhei os mais importantes títulos e na seleção a minha página ainda está aberta. Eu tive um ano maravilhoso, individualmente falando, independentemente de o coletivo não ser aquilo que eu esperava."

O goleiro tem contrato até 2016 com o QPR, mas dificilmente continuará no clube. Ele tem várias outras propostas, planos para a próxima temporada, mas não revela o que pretende, para não ser prejudicado. Mesmo assim, é grato ao time inglês. "Depois da Copa do Mundo minha carreira tomou um rumo diferente, fui pego de surpresa depois de dois anos com o problema com a Inter. Agradeço ao QPR, único clube que me estendeu a mão e me ajudou naquele momento."

Apesar de ressaltar várias vezes que ainda falta um ano para a Copa do Mundo e ele não se sente totalmente garantido no grupo - embora reconheça que todos os jogadores que disputarão a Copa das Confederações têm vantagem na luta pelas vagas -, Julio Cesar demonstra confiança em estar no grupo para 2014. "Eu tenho um sonho a realizar, que é ser campeão no mundo, saí duas vezes nas quartas (em 2006 e 2010). Eu tenho um ano para continuar jogando, independentemente do time, para ir à Copa."

Mais experiente jogador do grupo atual, Julio Cesar pode servir como conselheiro de Neymar e até ajudar o jovem jogador do Barcelona a conviver com a pressão. Mas acha que talvez isso nem seja necessário. "A partir do momento em que um jogador atinge um patamar de respeito, as cobranças aumentam, porque as pessoas sabem que tem de ser dali para cima", disse Julio Cesar. "Ele (Neymar) atingiu jogando no Brasil um respeito internacional enorme, por isso o respeito. Não lembro de um jogador estando no Brasil ter atingido um nível internacional como o do Neymar. Lá fora, é só fazer o que mais gosta, que é jogar bola."

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